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MP recebe plano da FSA, mas não dá prazo para resposta

Documento pretende tirar instituição de Ensino Superior de Sto.André da crise; inquérito ameaça intervenção e até fechamento da unidade

Bia Moço
Especial para o Diário
09/06/2018 | 07:00
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 A reitoria da FSA (Fundação Santo André) cumpriu o prazo e entregou o novo PRI (Plano de Recuperação Institucional) ao MP (Ministério Público) ontem, por volta das 15h30. No entanto, não há data determinada para que a promotora de Fundações do município, Ana Carolina Fuliaro Bittencourt, analise e dê parecer sobre o documento, que tem o objetivo de tirar a instituição de Ensino Superior da crise financeira em que se encontra desde 2008. A papelada foi solicitada por meio de inquérito civil, aberto no dia 28 de março, sob ameaça de intervenção ou até mesmo de encerramento das atividades.

Integrantes da promotoria confirmaram à equipe do Diário que o documento elaborado pela reitoria da FSA em período de 70 dias é extenso e, por isso, demanda tempo não especificado para ser analisado. A partir de segunda-feira, a promotora deve começar a avaliação do plano de recuperação. Em seu parecer, ela determinará se as ações propostas pelos representantes da instituição de Ensino Superior são viáveis ou se serão necessários ajustes.

Em entrevista ao Diário, o pró-reitor da Proppex (Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão) da FSA, Roberto Carlos Sallai, adiantou que o plano de recuperação prevê corte de funcionários, redução salarial e também da carga horária dos profissionais. De acordo com ele, a reitoria teve de pensar em mudanças radicais, no entanto, somente dessa forma pode recuperar a saúde econômica da instituição de Ensino Superior e garantiu que está confiante quanto à aprovação do MP.

Algumas das propostas apresentadas ao MP foram aprovadas em reuniões do Condir (Conselho Diretor). Entre elas estão convênio com núcleo de mediação para otimização do processo de cobrança dos alunos inadimplentes e contratação de empresa de topografia com o objetivo de que seja feita análise para cessão do campus – que pertence à Prefeitura – para ampliar o patrimônio da instituição.

O último plano de recuperação da FSA aprovado pelo MP foi elaborado em 2016, ainda na gestão da ex-reitora Leila Modanez. O documento previa economia de R$ 4,1 milhões por ano a partir de redução de custos com serviços de segurança, limpeza, contratos de prestadores de serviços, corte de 15% nos salários da reitoria. O prazo para implantação das ações expirou em fevereiro e não foi cumprido com exatidão.

 

CENÁRIO

O rombo orçamentário mensal da FSA está estimado em R$ 500 mil por mês. Conforme já publicado pelo Diário, o gasto com colaboradores soma R$ 3,3 milhões (incluindo quadro de docentes e administrativo), inclusive com profissionais com supersalários. A crise tem como consequência atrasos salariais.




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