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Jaçatuba ainda vive
sob medo de assaltos
Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
08/09/2011 | 07:30
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Desde maio, quando o Diário noticiou a onda de assaltos que amedronta os moradores do Parque Jaçatuba, em Santo André, a situação continua na mesma. Apesar do reforço nas rondas prometido pela Guarda Civil Municipal e Polícia Militar, as abordagens nas ruas e roubos a residência continuam enclausurando as pessoas em casa. Até para atender a equipe do Diário algumas famílias demonstravam desconfiança ao sair no portão.

Dos sete moradores entrevistados, seis disseram ter sido assaltados pelo menos uma vez ou tiveram casos na família. Todos sabiam de pelo menos dois assaltos recentes que ocorreram na vizinhança.

As ruas Guaxinduva, Caviúna e Guaiaúna são alguns dos alvos da ação criminosa, que acontece principalmente ao entardecer e durante a madrugada. Há cerca de 20 dias, ladrões invadiram uma residência na região por volta de 1h30 e roubaram eletrônicos. Não havia ninguém em casa. No domingo, bandidos tentaram entrar na mesma residência novamente. "O cachorro latiu muito. Os ladrões avançaram contra ele. Logo os vizinhos saíram nas janelas e os assaltantes fugiram", disse Maria Aparecida de Queiroz, 56 anos, vizinha da casa onde vivem um casal e uma criança. A família não foi encontrada na terça-feira à tarde e nem ontem pela manhã para comentar o problema. "Tem de evitar andar sozinho. Se ouvimos barulho de portão já saímos na janela para ver o que é. Antes era diferente. As crianças até brincavam na rua", relembrou a dona de casa, que mora no bairro há 20 anos.

Quando os filhos voltam do trabalho, a preocupação aumenta. Por medo das abordagens, os pais criaram o hábito de monitorar o caminho de volta dos filhos. Leonice Lopes, 64, presenciou um assalto há dois meses, quando roubaram o carro de sua amiga. Ela mora com a filha e já admite a ideia de ir embora do bairro onde vive há 33 anos. "Todos os dias ela (filha) me liga para avisar que está chegando e saio para olhar como está a rua."

Segundo moradores, é comum ver crianças e adolescentes rondando as ruas em atitude suspeita. Alguns desconfiam que esses sejam responsáveis por informar o bando que faz as abordagens. "Está muito perigoso. Depois das 18h30 não tem uma alma na rua", disse a dona de casa Sandra Martins, 36, que também cronometra o tempo de retorno de seu filho para casa.

Segundo a Polícia Militar, entre janeiro e abril deste ano, foram registradas 23 ocorrências de roubos e furtos apenas na Rua Guaxinduva. Devido ao feriado de ontem, a Polícia Militar apenas informou que os questionamentos sobre o reforço na segurança estão sendo analisados.

 

‘Homem-tatu' assusta pedestres debaixo de viaduto 

Próximo ao Parque Jaçatuba, debaixo do Viaduto Adib Chammas, em Santo André, um esconderijo tem causado estranheza em pedestres que transitam pelo local todos os dias. Principalmente por causa do ocupante do ‘buraco', que seria o responsável por alguns roubos naquela região.

Ele utilizaria o local, debaixo da alça de acesso a Mauá, para se esconder após as abordagens. A equipe do Diário tentou conversar com o suspeito terça-feira e ontem, mas o ‘homem-tatu' não deu ouvidos à reportagem e reagiu com agressividade. Em uma das vezes, foi possível escutar a voz de uma mulher, que endossou a ordem do sujeito.

Entre os pedestres, a ordem é ter atenção e evitar o local. "Tive o celular roubado no começo do ano e pode ter sido esse homem. Quem passa por aqui há mais tempo já ouviu falar dele. A Prefeitura deveria fazer alguma coisa para tirá-lo daqui. É uma passagem importante para os pedestres e há ponto de ônibus por toda a parte", disse o estagiário Caíque Ramos, 18 anos.

A administração informou que repassará o caso para a Secretaria de Inclusão Social, que poderá tentar convencer o homem a ser transferido para abrigo municipal. A Prefeitura informou que a função da Guarda Civil Municipal é preservar a integridade das pessoas em espaços públicos e não fazer a segurança de residências e moradores, sendo esse o papel da Polícia Militar.




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