Economia Titulo
Mais pessoas pedem
demissão no varejo
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
27/08/2011 | 07:30
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O número de trabalhadores que saíram do emprego voluntariamente no comércio varejista cresceu bem mais do que a expansão do total de demissões no setor Grande ABC nos últimos 11 anos. Entre janeiro e julho de 2000, o Ministério do Trabalho e Emprego registrou 2.588 pedidos de demissão no segmento. Em igual período deste ano, foram 9.263, o que representa expansão de 257,9%.

Ao considerar todas as demissões no comércio varejista na mesma comparação, nas quais estão incluídas as dispensas voluntárias, em 2000 houve 14.731 registros. Neste ano, o acumulado dos sete primeiros meses atingiu 31.574, o que representa elevação mais tímida de 114,3%.

Um dos motivos para este fenômeno é o aquecimento da atividade econômica, que estimula o aumento das oportunidades de trabalho. Porém, o resultado não é sinal de expansão de vagas no setor, tendo em vista que 158 foram liquidadas nos primeiros sete meses.

A diretora do Centro Público de Emprego, Trabalho e Renda de Santo André, Mônica Mandarino, analisou que o avanço da economia proporciona melhora no setor da indústria, principal ofertante de novas oportunidades para os trabalhadores qualificados. Além da questão salarial, que geralmente é superior em relação à renda média oferecida pelo comércio, Mônica observou outra característica que estimula o pedido de demissão. "Tem a questão dos horários do comércio. As pessoas têm que trabalhar no sábado e, algumas vezes, no domingo", explicou.

Roger de Santana Mandeli, 20 anos, se encaixa no grupo que migrou para a indústria. Ele pediu demissão de seu antigo emprego, de auxiliar de estoque, para ingressar como auxiliar de produção em uma montadora de São Bernardo. O salário contribuiu para sua decisão, tendo em vista que receberá a mesma quantia nos primeiros três meses e, após esse período, terá aumento.

"Faço curso de martelinho de ouro no Senai. Portanto procurei novo emprego e quando surgiu, decidi mudar. Pretendo seguir a carreira de metalúrgico e vou fazer ainda um curso técnico de mecânica e de desenho técnico", contou Mandeli. O seu objetivo futuro é o emprego de desenhista de motores.

O presidente da Associação Comercial de Diadema, Gildo Freire, destacou que a busca de qualificação, a fim de novas oportunidades, contribuem para o crescimento expressivo nos pedidos de demissões no comércio varejista da região. "As pessoas estudam e asseiam melhores condições de salários."

O presidente do Sindicato dos Comerciários do Grande ABC, Lourival Cristino Santos, disse que o bom momento do mercado imobiliário é outro motivo para os pedidos de demissão. "Eles vão atraídos pelas comissões de vendas de imóveis."




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