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Gallego fortalece base de postulante a esporte olímpico
Dérek Bittencourt
Diário do Grande ABC
15/04/2018 | 07:00
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São necessários apenas 60 metros quadrados para se construir uma quadra e praticar o squash, mas o espaço que a modalidade busca é muito maior. Na expectativa para integrar o programa dos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris (França), o esporte tenta atrair praticantes a partir de entusiastas, como o professor Renato Gallego, 40 anos, que joga há 25 e visa difundir o squash pelo Brasil e pelas Américas.

Morador de São Caetano, é professor no Primeiro de Maio, em Santo André, e no CA Ypiranga, na Capital, clubes que são referências e os mais fortes do País. Além disso, tem projetos de treinamento, assessoria e orientação em capitais como Campo Grande-MS, Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro e Fortaleza, ou outros países, como Argentina, Equador, Bolívia e México. E, apesar de trabalhar com todas as idades – de 6 a 68 anos –, tem público preferencial: jovens.

“Treino jogadores profissionais, mas meu trabalho sempre foi focado em juvenil. Fiquei como treinador da Seleção por 14 anos. Alguns anos acompanhei a Seleção profissional, mas basicamente o trabalho foi na Seleção juvenil. Fomos campeões gerais, sempre no pódio”, conta Renato Gallego. “Fora do País, mais trabalho com juvenis, que é o mais difícil, tem de formar o jogador. Gosto disso”, completa o professor.

Na opinião dele, a receita para que o esporte ganhe adeptos no Brasil não é das mais complicadas: divulgação, massificação e oportunidade. “Falta divulgação da modalidade para as pessoas conhecerem. Para massificar tem de fazer isso. E trabalhos em escola. É muito legal, mas ninguém conhece. O que vejo mais é massificar e ter programa, aí consegue trazer gente para jogar”, aponta o treinador. “Paraguai, Colômbia, Bolívia, Equador, países com PIB lá em baixo em relação ao nosso, têm quadra pública, professor, coordenador. A molecada joga sem custo”, compara.

O fato de o squash estar se aproximando do ingresso em uma Olimpíada tem tudo para popularizar o esporte. “ É baixa a taxa de pessoas que conhecem e não gostam da modalidade”, garante Renato Gallego. “Se entrar (nos Jogos), provavelmente os comitês olímpicos comecem a entrar com dinheiro a partir de 2019, 2020, para o ciclo olímpico. Começa a gerar necessidade de estruturar.”

CELEIRO
Não é de hoje que o Primeiro de Maio revela jogadores de squash. Atualmente, conta com diversos jovens de grande futuro no esporte. São os casos de Vitor Magnani e Gabriel Pederica, que ocupam o topo do ranking sub-19 e estão entre os 25 melhores do País na classificação geral, além de atletas que ainda são sub-13 e sub-15, mas já demonstram potencial. “O clube é referência, investe, tem estrutura e material humano”, conclui Renato Gallego.

Eleita modalidade completa, exige menos espaço e dinheiro

Raquete e bolinha em mãos, de frente a um paredão de 4,57 m de altura com linhas demarcatórias. O objetivo: fazer com que o adversário não consiga acertar a esfera antes de um segundo toque no chão. Pode até parecer simples, mas a revista Forbes apontou o squash como o esporte mais completo pelo alto gasto calórico, por auxiliar nas resistências cardiorrespiratória e muscular, trazer força muscular, aumentar flexibilidade e ter baixo risco de lesão.

Segundo o professor Renato Gallego, uma hora de aula para um aluno que já tenha certo domínio do esporte pode queimar 1.000 calorias. “Hoje em dia, é preciso fazer tudo rapidamente por conta do tempo. Então, as pessoas não têm como ficar três horas numa academia puxando ferro. Por isso, muitos condomínios optam por quadras de squash, que também ocupam espaço pequeno – uma de tênis equivale a seis de squash”, explica. “E o custo não é alto. Uma com piso flutuante fica R$ 50 mil, R$ 60 mil. A de tênis é R$ 200 mil, R$ 300 mil.”

Aliás, traçando outro paralelo, comparativo entre a final de Wimbledon de 2017 – entre Rafael Nadal e Gilles Muller, com quatro horas e 47 minutos de partida – e duelo do Aberto da Suécia de Squash – com cerca de uma hora e meia –, mostrou que o tenista correu menos (3,6 quilômetros, contra 4,9 do competidor de squash). “Então é esporte bem completo. Exige demais”, finaliza Renato. 




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