Uma data histórica em São Bernardo: a cidade instala, em 13 de abril de 1958, a sua primeira biblioteca pública, a Monteiro Lobato, numa das salas do recém-construído Edifício Wallace Simonsen, da agência local do Banco Noroeste do Estado de São Paulo. Faz 60 anos.
Neste tempo todo, a Monteiro Lobato fez um grande passeio pelo Centro de São Bernardo, sempre ocupando prédios modernos de uma cidade em transformação.
Fez história nos altos de um belo edifício – até para os padrões de hoje – da Rua Djalma Dutra. Até chegar ao seu atual endereço, com entrada pela Rua Jurubatuba, 1.415, ou pela Rua Dr. Flaquer, 26, com vista também para a Avenida Faria Lima, a do sistema trólebus.
Este prédio foi construído, inicialmente, para servir à agência central dos Correios e Telégrafos. Foi, na verdade, ocupado pelo gabinete do prefeito Hygino de Lima (1964-1969). Um luminoso informava: “Gabinete do Prefeito Provisório” – claro, ‘provisório’ o espaço do gabinete, não o prefeito, que cumpriu mandato até o fim.
‘Seo’ Hygino construiu o Paço Municipal, inaugurado sem festas pelo sucessor – e adversário político – Aldino Pinotti. É quando o prédio do ‘gabinete provisório’ passa a servir à Biblioteca Monteiro Lobato.
Na virada da gestão Luiz Marinho para Orlando Morando, a Biblioteca Monteiro Lobato ganha o seu atual design: moderna, confortável, aconchegante, numa reforma financiada pela Fundação Toyota do Brasil.
NOMES
A Memória, muitas vezes, cita os mandachuvas – como fizemos na abertura de hoje. E os verdadeiros labutadores por causas nobres – como o da criação de uma primeira biblioteca pública municipal – permanecem no ostracismo. Felizmente, no caso da Monteiro Lobato, nós temos a imprensa local a registrar, no seu tempo, e a fazer justiça aos verdadeiros idealistas.
Dois nomes: a escritora, jornalista, musicista e intelectual Odette Tavares Bellinghausen e o professor, jornalista e igualmente intelectual Abílio Alves Martins.
Dona Odette escreveu em vários jornais. Arte e Outras Coisas, da Folha de São Bernardo, foi uma seção por ela redigida e assinada que durou décadas. Reunir os tantos escritos desta coluna daria um belo livro de arte e memória.
Abílio, mais jovem, já nos tempos de estudante colaborava com A Vanguarda.
Dona Odette e Sr. Abílio deixaram depoimentos comoventes sobre o esforço de uma classe artística e estudantil que defendia uma biblioteca pública para São Bernardo.
Odette Bellinghausen liderou um grupo de senhoras que, de casa em casa, coletaram livros e revistas para o primeiro acervo da Monteiro Lobato, 60 anos de história.
Abílio Alves Martins, de seu turno, batia sempre na mesma tecla: “São Bernardo, não há que dizer contrário, precisa de uma biblioteca pública. Basta a deficiência de escolas secundárias, o que por si só constitui falha lamentável da administração”.
UM LIVRO
E a biblioteca foi inaugurada. Fez história. Pelo caminho, perdemos Dona Odette, o professor Abílio e tantos outros anônimos.
Lembramos dos 50 anos da Biblioteca Pública de Santo André, a Nair Lacerda. Aquela data foi celebrada com o lançamento de livro verdadeiramente coletivo sobre a sua história.
O exemplo vem de Santo André. São Bernardo bem que poderia escrever um livro sobre a sua primeira biblioteca pública. Há profissionais dignos e capacitados dentro da própria Prefeitura que poderiam se incumbir desta missão, homenageando a todos, dos pioneiros aos que os sucederam, criando uma rede de bibliotecas e caixas escolares pela cidade toda – salve a Angelina, salve a Lula...
SESSENTA ANOS
Uma virada cultural celebrará os 60 anos da pioneira Monteiro Lobato de São Bernardo. Começará amanhã, sábado, às 16h, prosseguirá até a tarde de domingo. Artistas da cidade se apresentarão. Várias colônias se farão representar, de uma tribo indígena (Fulni-ô, que vive na Vila São Pedro) aos italianos produtores de vinho artesanal, com espaço para comunidades como a portuguesa, japonesa, africanas, islâmica e japonesa. Haverá bailão de forró com Bernardete França, sanfoneira da cidade.
Várias exposições poderão ser vistas. Dois jovens escritores, Carolina Munhoz e Raphael Draccon, baterão papo sobre literatura. E a cidade voltará aos tempos românticos vividos por Odette Tavares Bellinghausen e Abílio Alves Martins.
BIBLIOTECA MONTEIRO LOBATO, 1958-2018
2ª Virada Cultural
Da tarde do sábado, 14, à tarde do domingo, 15
Endereço: Rua Dr. Flaquer, 26, coração de São Bernardo
Mais informações: https://www.facebook.com/events/960921584085655/?ti=icl
Entrada franca
Diário há 30 anos
Quarta-feira, 13 de abril de 1988 – ano 30, edição 6725
Manchete – Acordo da dívida sai em uma semana
Via Anchieta – Recuperação da pista descendente vai até dezembro, em 15 quilômetros de obras.
Denúncia – Sociedade Amigos das Vilas Alzira e Helena, em Santo André, cobrava pelos tíquetes do Programa Nacional do Leite. Diretores são presos.
Data – Exposição assinala 30 anos da Biblioteca Monteiro Lobato, de São Bernardo.
Memória – Os imigrantes Paschoaletti, de Santo André.
Polícia – Bando de pistoleiros mata vigilante na Rua Naval, Jardim Santa Rita, em Diadema.
Santos do Dia
Hermenegildo. Decapitado por ordem do seu pai, o rei Leovigildo, que professava a heresia: Sevilha, 586.
Martinho. Foi papa no século 5
Vitor
Municípios Brasileiros
Celebram aniversários em 13 de abril:
No Ceará, Fortaleza, Capital do Estado, fundada em 13 de abril de 1726.
No Rio Grande do Sul, Alpestre, Campos Borges, Cerro Grande, Entre-Ijuís, Harmonia, Nova Esperança do Sul, Paverama, Planalto e Terra de Areia.
No Mato Grosso do Sul, Aral Moreira
Em Minas Gerais, Itambacuri
Na Bahia, Tabocas do Brejo Velho
Fonte: IBGE
Dia do Hino Nacional Brasileiro
Dia do Jovem
Dia do Office-Boy
Dia do Beijo
Em 13 de abril de...
1918 – Iniciados no Grupo Escolar de São Bernardo, hoje Santo André, os exames do primeiro trimestre.
A guerra. Do noticiário do Estadão: o bombardeiro de Paris. Uma creche atingida. Morte de crianças; atividades dos italianos no Vale de Santa Lorenzo e no Asiago.
1978 – Inaugurada a sede própria do Cosec (Conselho Municipal de Serviço Social de São Caetano), à Rua Marechal Deodoro, 1.111. Na presidência, Maria Dulce Cerqueira Leite, mulher do prefeito Raimundo da Cunha Leite.</CW>
A fauna do Grande ABC
Cigarra Formosa
Nome científico: ‘Clarineta Formosa’. Um dos mais belos insetos da Mata Atlântica. Suas cores são vivas e exuberantes. O contraste entre o verde e o vermelho dá uma beleza imensa ao inseto.
Como outras cigarras, a Formosa vive boa parte da vida sob a terra, alimentando-se da seiva das raízes das plantas.
Entre o fim de outubro e janeiro, deixa a toca e voa à procura de um parceiro para proliferar.
Diferentemente de outras cigarras, não emite aquele ruído forte divulgado pelos antigos e que chega aos dias presentes para quem o busque pelos lados do Riacho Grande.
Mais discreta, a Cigarra Formosa emite um som semelhante ao chocalho de criança: tic-tic-tic. Som emitido apenas pelos machos.
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