Setecidades Titulo Imunização
Vacinação contra a febre amarela ainda está abaixo da meta

Doses continuam disponíveis na rede de Saúde mesmo após fim da campanha, mas adesão é pequena; situação preocupa especialistas

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
07/04/2018 | 07:00
Compartilhar notícia
EBC


 Mesmo após o fim da campanha de vacinação contra a febre amarela, em 16 de março, a vacina continua a ser ofertada na rede pública de Saúde, porém, a adesão permanece aquém do necessário. Na região, apenas São Caetano teve êxito na imunização: até 3 de abril, havia vacinado 98,43% da meta (88.308 doses).

Em Santo André, das 623.152 pessoas esperadas para receberem a vacina, 264.173 tomaram a dose, o equivalente a 42,4% da meta.

São Bernardo, que registrou um caso autóctone de febre amarela (que evoluiu para cura), tinha como plano imunizar 707.474 munícipes, mas vacinou 367.081 (51.89%).

Em Diadema, foram aplicadas 228.180 vacinas, quando pretendia-se imunizar 365.124 pessoas (62,49 %).

Mauá está bem abaixo da meta: das 396.690 pessoas esperadas, só 146.825 foram imunizadas (37,01%).

Situação parecida é vista em Ribeirão Pires, que só conseguiu aplicar a vacina em 38.657 moradores dos 105.651 que eram aguardados (36,59 %). A Prefeitura de Rio Grande da Serra não retornou as informações.

No Grande ABC, duas pessoas morreram ao contrair febre amarela em outras localidades: um morador de Santo André, que viajou para Atibaia, e outro de Ribeirão Pires, após ir para Mairiporã, ambos no Interior do Estado.

O Brasil confirmou 1.127 casos da doença e 328 óbitos no período de 1º julho de 2017 a 3 de abril deste ano.

PREOCUPAÇÃO

A baixa adesão da população à vacina preocupa as autoridades de Saúde, uma vez que a doença tem chegado a novos lugares. Nesta semana, a Secretaria de Estado da Saúde confirmou que macacos foram infectados em Ubatuba e São Sebastião, no Litoral Norte. Na primeira cidade, foi confirmada ontem a morte de um homem de 41 anos, e que contraiu a doença no município.

No dia 27, durante evento em São Bernardo, o secretário estadual de Saúde, David Uip, frisou a preocupação com a questão. “Estamos ainda muito preocupados. O vírus tem um caminho que nós traçamos, os corredores ecológicos, e nos antecipamos à chegada dele, mas muito longe de (a situação) estar sob controle”, falou, na ocasião, acrescentando ainda que à adesão à vacinação no Estado foi “decepcionante”.

Na visão do professor de Infectologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) Juvencio Duailibe Furtado, ações de combate tomadas pelos órgãos públicos têm controlado momentaneamente a situação. “A qualquer momento pode-se perder a mão disso. A febre amarela sempre pode ser uma ameaça”, salientou.

Apesar da resistência das pessoas em se vacinarem por receio a efeitos adversos, o médico frisa que a ação é eficiente e que “quanto mais pessoas vacinadas, menor o risco de a doença atingir a população”.

Tanto Furtado quanto Uip participam, na segunda-feira, do encontro Panorama Geral da Febre Amarela no Brasil, que ocorrerá no campus da FMABC, na Vila Sacadura Cabral, em Santo André, das 11h30 às 13h30. A entrada custa R$ 10.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;