Setecidades Titulo Fim do impasse
MTST se compromete a desocupar terreno em São Bernardo até o dia 9

Decisão foi firmada entre advogados do movimento e da MZM, proprietária da área

Ana Beatriz Moço
29/03/2018 | 07:00
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Nario Barbosa


Advogados do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e da MZM Incorporadora – proprietária da área ocupada pelo grupo desde 1º de setembro em São Bernardo – entraram em acordo e definiram que a área, localizada no bairro Assunção, deverá ser liberada até o dia 9 de forma pacífica. A retirada dos cerca de 8.000 barracos do terreno deve ser realizada até o dia 10, conforme determinação da Justiça.

Há uma semana, o líder do movimento, Guilherme Boulos, e o governo do Estado assinaram acordo que destina terrenos na região para a construção de 2.400 moradias para famílias das duas ocupações do grupo no Grande ABC – Povo Sem Medo, em São Bernardo; e Oziel Alves, em Mauá.

“Estive em reunião com o advogado do movimento. O grupo decidiu desocupar a área até o próximo dia 9. Vão fazer um churrasco na véspera com a presença de nomes importantes do mundo artístico e políticos que apoiam a ação para comemorar o fim do impasse”, diz o advogado da construtora, João da Costa Faria.

Ele adiantou também que, a partir de acordo feito com a Secretaria de Habitação do Estado de São Paulo, serão cedidas quatro áreas, todas de propriedade da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário SA), ao MTST. “Três já estão definidas, sendo duas em Mauá e uma no bairro Montanhão, em São Bernardo. A remanescente está sendo escolhida entre Santo André, São Bernardo e Diadema.”

A desocupação da área simboliza fim de transtorno para moradores do entorno do acampamento. Desde setembro, quando chegaram ao local, a comunidade do bairro reclama do barulho e bagunça promovidos pelo grupo. 

“Eles fizeram muito barulho em dias de assembleia, e churrascos em todos os fins de semana. Até agora não saiu nenhuma barraca daqui, está tudo normal. Vamos ver depois do dia 10”, disse o empresário Wagner Roberto Candido, 30 anos, que mora de aluguel em prédio próximo à ocupação.

A população teme também pelo o futuro do terreno e cobra que a construtora dê destinação para a área. O receio é que, após a desocupação, o local volte a ser invadido. Faria ressalta, entretanto, que, antes da invasão, a incorporadora tinha projetos do programa Minha Casa, Minha Vida para o espaço e que, após desocupação, a empresa irá apurar os estragos que foram causados ao terreno e determinar a necessária intervenção. “Após a limpeza, os sócios irão avaliar se vão retomar os projetos interrompidos, se vão alterar a destinação ou se vão alienar a área, tendo em vista a marcante e inesquecível frustração. Somente a eles caberá o que fazer”, relata o advogado. 




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