Junto com o marido Roberto de Carvalho, Rita Lee garimpou as músicas a partir de um livro completo com todas as letras. “Fomos cantarolando uma por uma e escolhendo as que mais se encaixavam na idéia de abrasileirar. Cortamos as mais manjadonas, que milhares de artistas gravaram, tipo Yesterday e Hey Jude”.

Para Rita, foi um processo difícil, já que, de 1963 a 1970, bebeu, comeu, fumou e respirou Beatles, como confessa no encarte do CD. Em 1964 fez até desenhos dos ídolos, que agora são reproduzidos no álbum.

Diz que foi uma fã “xiita”, mas empacotou seus discos e virou as costas para o quarteto. Só fez as pazes quando John Lennon morreu, em 1980.

Com Aqui, Ali, em Qualquer Lugar, não resta dúvidas de que Rita Lee está de bem com o grupo. Fez um trabalho bom, do ponto de vista conceitual, porque atingiu a meta de criar um repertório abrasileirado.

Ao reesculpir as músicas, porém, Rita Lee limou a alegria e a irreverência da banda, o que sem dúvida foram os pontos fortes do quarteto. Ficou com um ar pretensamente cool.

Rita diz que “rockear seria redundante, fazer covers seria brega e tentar modernizar seria viajar na maionese da pretensão”. Mas também não há um motivo para fazer Beatles brazuca. A não ser o desejo pessoal. Pelo jeito, esse é para inglês ouvir.