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Danos causados pelos automóveis

Será que a crise econômica mundial não é uma boa oportunidade para redirecionar a produção automobilística...

Por Cristina Baddini
22/05/2009 | 00:00
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Será que a crise econômica mundial não é uma boa oportunidade para redirecionar a produção automobilística de veículos mais sustentáveis ao invés de cair no simples assistencialismo para evitar o desemprego? No turbilhão da crise, só se pensa em salvar a indústria automobilística, sem refletir sobre o real significado de despejar quase 3 milhões de carros por ano nas ruas e estradas do Brasil.

Indústria automobilística

Não poderíamos converter a indústria automobilística em indústria sustentável de soluções de transporte, diversificada e mais atenta aos impactos decorrentes do excesso de vendas tanto quanto ao uso de recursos naturais nos processos de fabricação como ao uso cotidiano dos automóveis?

Uma opção é trocar as quatro rodas a gasolina ou diesel por duas rodas movidas a pedal ou eletricidade para reduzir o número de automóveis nas ruas, a emissão de poluentes, a contribuição individual para o aquecimento global da atmosfera e também o número de assentos ociosos nos veículos.

Reciclagem

Já na reciclagem existem numerosas iniciativas dignas de nota, tanto no aproveitamento de materiais recicláveis na produção de peças e acessórios para os novos carros, como na reciclagem de peças e acessórios de carros usados para fabricação de novos produtos. Para citar um exemplo, temos bancos e consoles de automóveis feitos com a fibra da casca de coco, considerada um resíduo persistente no ambiente, embora orgânico.

Reciclagem de pneus

Também é importante a transformação de pneus usados em solados de calçados, tapetes, placas de isolamento acústico e térmico e materiais para jardinagem. O índice de reciclagem de materiais oriundos de outros setores na indústria automotiva é, de modo geral, mais alto do que as taxas de reciclagem de materiais originalmente destinados aos carros.

Tome-se o próprio caso dos pneus: apenas 35% dos pneus em circulação chegam a algum tipo de reciclagem, isso por que, na maioria das vezes, o consumidor não entrega o pneu usado nos postos de coleta.

Reciclagem de vidros

Se pensarmos nos vidros de parabrisas quebrados, o índice de reciclagem é vergonhoso. O vidro é um material nobre, quase indestrutível quando dispensado na natureza e cuja fabricação demanda muita energia. A reciclagem, portanto, é altamente recomendável.

Os vidros de embalagens jogados no lixo precisam de vários banhos para se retirar toda a sujeita e, mesmo assim, a reciclagem ainda compensa. Já o vidro automotivo está praticamente limpo e, no entanto, a reciclagem nem chega a 5%, segundo o Iase (Instituto Autoglass Socioambiental de Educação).

Abaixo o mito do status

Precisamos despir os automóveis dos milhares de símbolos e mitos com os quais os revestimos durante tantos anos para voltar a enxergar o serviço que ele nos presta, um serviço de locomoção.

Não se trata de eliminar de nossas vidas o design, a tecnologia ou o status associado aos veículos particulares, mas redefinir sua função social e, a partir daí, identificar os possíveis substitutos capazes de nos prestar os mesmos serviços de locomoção, com conforto, beleza e também com mais sustentabilidade e menos impactos ambientais.




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