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Santo André dá adeus ao sonho do bi
Anderson Fattori
Enviado a Americana
05/04/2012 | 07:40
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Ricardo Trida/DGABC


Quando entrou no Ginásio do Centro Cívico, ontem, o Santo André/Semasa sabia que só conseguiria vencer Americana se tivesse grande atuação. E antes de a bola subir, as andreenses esbanjavam confiança. Esse, segundo a técnica Laís Elena, foi o problema da equipe, que errou demais no primeiro quarto e acabou derrotada por 79 a 62, dando adeus ao sonho de conquistar o segundo título da Liga e o terceiro do Nacional - já que foi campeã brasileira em 1999.

Com o resultado, Americana fez 2 a 1 e fechou a série melhor de três jogos. Agora, o time do Interior enfrenta na grande decisão Ourinhos, que despachou Catanduva por 2 jogos a 0.

"Deixamos a garra e a disposição em Santo André. Entramos em quadra muito confiantes e isso causou irritante desobediência tática. A Êga, por exemplo, estava perdida em quadra. Não só ela, mas nossas pivôs praticamente não jogaram e isso proporcionou a Americana abrir grande vantagem no placar logo no começo do jogo", avaliou Laís Elena.

De fato, o primeiro quarto foi decisivo para o resultado da partida. Com as pivôs andreenses bem marcadas, sobrou para as alas e armadora finalizarem as principais jogadas de ataque. As bolas de três que sempre funcionaram, ontem, resolveram não entrar e o time insistia nesse erro. Em dez minutos, foram dez arremessos de três pontos, com apenas um acerto.

"A defesa também não funcionou no primeiro quarto e isso diminuiu bastante nossa confiança. Posso garantir que demos tudo, não desistimos do jogo em momento algum, mas a desatenção nos primeiros dez minutos foi decisiva", constata a armadora Kátia, que acertou apenas quatro de nove arremessos de três pontos durante a partida.

No segundo quarto, a marcação andreense seguia não funcionando e as pivôs de Americana Clarissa e Carina Felippus tinham enorme facilidade para finalizar as jogadas, praticamente embaixo da cesta. Os contra-ataques rápidos e eficientes também deixavam atordoado o time andreense, que foi para o intervalo perdendo por 41 a 29.

A pausa caiu como uma luva para Santo André, que voltou mais concentrado, porém não conseguia diminuir a vantagem de 12 pontos imposta por Americana. Nos últimos dez minutos, em tática suicida, a equipe tentou de tudo, mas continuou errando muito e não resistiu ao forte time do Interior, que aproveitou e venceu com certa facilidade: 79 a 62.

"Nossa vaga na final não ficou aqui. Perdemos dois jogos contra Maranhão e Araçatuba na fase de classificação que fizeram a diferença. Terminaríamos em segundo lugar e só cruzaríamos com Americana na final. Mas agora não adianta reclamar. Temos de apreender com os erros", aconselhou a experiente Laís Elena, que vai usar os próximos dias para pensar na aposentadoria ou se tem ambição para mais uma temporada à frente da equipe.

Experiente, Êga assume falta de concentração

Uma das principais jogadoras do Santo André, a pivô Êga assumiu que o time entrou confiante demais no jogo e falhou muito nos primeiros dez minutos de partida, quando Americana abriu 13 pontos de vantagem. Desanimada e visivelmente cansada, a jogadora desabafou.

"Foi excesso de confiança. Entramos em quadra com o pensamento na vitória que conseguimos no segundo jogo e isso atrapalhou. Sabíamos que não podíamos errar contra Americana e foi justamente o que aconteceu. Perdemos muitas bolas e deixamos a vitória escapar", assumiu a jogadora, que fez oito de 19 pontos possíveis, e distribuiu cinco assistências.

Para a pivô, a vaga na final foi perdida no terceiro jogo das quartas de final, contra São José dos Campos, duelo que poderia ter sido evitado não fosse prejudicado por equívoco dos árbitros na segunda partida. "Por conta de um erro da arbitragem tivemos que jogar outra vez, enquanto Americana descansou. Isso influenciou no primeiro jogo da semifinal, em Santo André, quando perdemos na prorrogação. Infelizmente a Liga deste ano vai carregar essa mancha desagradável", reclamou.

No fim das contas, ela admitiu quais fatores fizeram a diferença em favor de Americana. "Sabia que ganhar de Americana duas vezes seria difícil, porque é o melhor time do campeonato e também com o maior investimento. O ginásio lotado também faz a diferença porque influencia bastante na marcação da arbitragem", explicou. "O time deu tudo, estávamos exaustas no final. Não vencemos, mas não faltou entusiasmo", concluiu a pivô, que coincidentemente retorna a Americana para curtir as férias, afinal mora na cidade.

CALADA

A cestinha andreense no jogo foi a ala cubana Ariadna, com 22 pontos. Bastante chateada com a derrota, a jogadora se trancou nos vestiários e não falou com a imprensa.

Ginásio lotado fez a diferença a favor do time da casa

A cidade de Americana se vestiu de verde e branco para a semifinal da Liga de Basquete Feminino. A todo o momento, as emissoras de rádio locais lembravam os torcedores da importância de lotarem o Centro Cívico para empurrar o time da casa. E a resposta foi a melhor possível. Com 20 minutos restando para a bola subir, eram raros os espaços nas arquibancadas do ginásio, que comporta pouco mais de 2.000 pessoas.

Além da importância da partida e o clima quente que predominava na cidade, outro fator motivava a grande presença de público: sorteio de brindes oferecidos pelos patrocinadores. No intervalo, alguns torcedores foram chamados à quadra para tentar arremessos. Quem conseguisse a cesta levaria para casa R$ 500. Tudo era organizado por animado locutor.

Com 1.500 pessoas nas arquibancadas - público oficial medido pela Liga -, surgiu o grande vilão da noite: o calor excessivo. Com pouca ventilação, o ginásio fazia com que os torcedores lançassem mão de leques e folhas de papel para conseguir refresco. O suor das jogadoras também deu trabalho para os garotos contratados para enxugar a quadra.




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