Uma das franquias de horror mais bem-sucedidas dos anos 1980, "A Hora do Espanto" ganha refilmagem que, graças ao elenco afinadíssimo, conserva o charme que um filme de terror pode ter, mesmo que apenas aos olhos dos adeptos do gênero. A versão estreia hoje no Brasil.

A história, que rendeu filmes em 1985 e 1988, é a junção de tantas outras que vieram antes e são repetidas à exaustão até hoje: vampiro sedutor ‘infiltrado' nos subúrbios é importunado por colegiais entediados e, é claro, bem fornidos de referências pop. Os longas, sobretudo o inaugural, marcaram um das primeiras franquias de terror a se transformar em febre no País.

Anton Yelchin ("Star Trek" e "O Exterminador do Futuro - A Salvação"), um dos nomes mais promissores desta geração de atores, interpreta Charley Brewster na refilmagem. O garoto não representa exatamente o clichê do nerd, já que tem uma bela namorada e está entre os populares da escola.

Porém, como os geeks seguem em alta, o melhor amigo do protagonista supre a cota. Ed é interpretado por Christopher Mintz-Plasse, ninguém menos que McLovin, personagem ícone de "Superbad" (2007).

É justamente o garoto desajeitado que levanta suspeitas sobre o novo vizinho de Charley, Jerry Dandridge (Colin Farrell). Desde que o sujeito se mudou para a vizinhança, pessoas estão desaparecendo, incluindo colegas dos dois. O problema é que o vampiro - logo se confirma - se aproximou da mãe do protagonista (Toni Collette).

O vampiro de Farrell é menos dândi que o de Chris Sarandon, que interpretou o original em 1985. O charme canalha do ator irlandês, porém, cai como uma luva à criatura dentuça.

O personagem Peter Vincent, que no primeiro filme foi espécie de guru contra o mal, perde força no remake. Pena que o novato David Tennant não tenha herdado o mesmo espaço que Roddy McDowall teve nos anos 1980. A relação entre Charley e Peter era um dos melhores pontos de "A Hora do Espanto".