A proposta do zoológico do Estoril é mostrar a fauna silvestre brasileira ao público. Araras, macacos, lobos-guarás, sagüis, iraras, cachorros vinagre, emas e outros dividem em harmonia os dez mil m² da área de exposiçao do zoológico, fundado em outubro de 1985.

Estao esperando por uma visita no zoológico os micos de cara dourada (em risco de extinçao), os guarás, que andam mais de 50 Km todos os dias, e dezenas de macacos pregos.

Tem também Rodolfo Valentino, uma ema macho com os "cabelos" divididos ao meio, ao modo do gala que fazia sucesso na primeira metade do século. Outros, com cara menos simpática, como o casal de cachorros vinagre, que teve dois filhotes recentemente, também vivem lá. Fazia oito anos que a espécie nao se reproduzia em cativeiro.

Reproduçao - "Quanto mais conseguimos reproduzir em cativeiro, mais chances temos de ajudar na preservaçao do animal", disse Cleyde Angélica Chieregatto, bióloga do estabelecimento. Do casal de jaguatiricas do Estoril, já nasceram cinco crias, todas distribuídas a outros zoológicos. O último nascimento foi o de Dionísio, há cerca de 20 dias. O animalzinho vem resistindo. Chiquinho é um veado caatingueiro de apenas 15 dias e que ainda mal consegue ficar de pé.

"Nós somos referência no País em procriaçao de felinos mais porque conseguimos uma boa média de sobrevivência do que por quantidade de nascimento. Praticamente metade dos filhotes acabam morrendo por rejeiçao da mae", afirmou o veterinário Marcelo da Silva Gomes.

A distribuiçao dos animais por vários zoológicos é uma estratégia do programa de manejo da espécie. É usada para impedir que uma doença mate muitos exemplares num único lugar. Serve também para que a carga genética dele seja miscigenada e, em consequência, se torne mais forte.

Das oito espécies de felinos selvagens encontradas no Brasil, sete estao em risco de extinçao. Existem apenas perto de 100 jaguatiricas em cativeiro no país e um número desconhecido, mas pequeno, na natureza.