Segundo o presidente do Comitê, Homero Nepomuceno Duarte, um dos motivos para esse aumento é a facilidade que o mosquito tem de se adaptar ao meio urbano. “Os serviços de vigilância à saúde encontram dificuldades para entrar nos imóveis (e combater os focos); em até 30% das vistorias ou há recusa do morador ou ele não é encontrado”, disse Duarte.
Durante o evento também houve um consenso dos participantes de que há falhas em relação às orientações dadas para a comunidade. “Não adianta o poder público só fazer mutirões. É preciso melhorar as estratégias de abordagem com a população. A atuação não pode ficar restrita às secretarias de saúde. Tem de ser um trabalho que envolva todos os órgãos, principalmente, os de educação”, afirmou Duarte. O alerta foi dado também pela representante da Funasa (Fundação Nacional da Saúde) no Estado de São Paulo, Lúcia Taveira: “É preciso investir mais na educação e verificar a qualidade do trabalho das equipes que estão nas ruas”.
A principal preocupação dos especialistas em relação ao Grande ABC é proximidade com as áreas infestadas da capital – onde até quarta-feira haviam sido registrados 376 casos importados da doença e 387 autóctones. “Se não conseguirmos controlar essa pressão, que vem principalmente dos bairros do Jabaquara e das proximidades do Parque do Estado, a tendência é que tenhamos um aumento de casos autóctones (em Diadema)”, disse Duarte.
Capas – Quanto às estratégias de combate aos criadouros do mosquito, a maioria dos especialistas informou que já iniciou a distribuição de capas de caixas d’água – um dos principais pontos de proliferação de larvas – para a população carente. As capas são fornecidas pela Funasa (Fundação Nacional da Saúde). Diadema, onde as caixas d’água representam 90% dos criadouros, receberia quarta-feira 10 mil capas. A cidade também é a única que tem casos autóctones (originados no próprio município): 19 até quarta-feira. “A partir da terça-feira, vamos iniciar a distribuição de forma criteriosa na região Norte da cidade, que compreende os jardins ABC, Canhema e Campanário. Mas nem por isso, deixaremos de intensificar o combate a outros criadouros, como pratinhos de vasos e ralos”, afirmou o diretor da Vigilância à Saúde de Diadema, Dácio de Lyra Rabello Neto. Na região, apenas São Caetano e Rio Grande da Serra não receberam as capas da Funasa.
Os números de casos notificados e confirmados de dengue no Grande ABC de janeiro até quarta-feira são: Santo André (137/26); São Bernardo (164/52); São Caetano (22/4); Diadema (189/59); Mauá (113/14); Ribeirão Pires (21/6) e Rio Grande da Serra (4/2).
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