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Triplicam focos da dengue na região
Sucena Shkrada Resk
Do Diário do Grande ABC
16/04/2003 | 22:12
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O número de focos de larvas do mosquito Aedes aegypti no Grande ABC aumentou mais de três vezes do primeiro trimestre do ano passado em relação ao mesmo período deste ano – os números foram, respectivamente, 265 e 843. A informação foi divulgada quarta-feira, durante o 1º Seminário de Estratégias de Combate à Dengue da Região do Grande ABC, realizado na sede do Consórcio Intermunicipal, em Santo André. Os dados foram apresentados pelo Instituto Acqua, sob coordenação do Comitê Regional de Mobilização Social contra a Dengue.

Segundo o presidente do Comitê, Homero Nepomuceno Duarte, um dos motivos para esse aumento é a facilidade que o mosquito tem de se adaptar ao meio urbano. “Os serviços de vigilância à saúde encontram dificuldades para entrar nos imóveis (e combater os focos); em até 30% das vistorias ou há recusa do morador ou ele não é encontrado”, disse Duarte.

Durante o evento também houve um consenso dos participantes de que há falhas em relação às orientações dadas para a comunidade. “Não adianta o poder público só fazer mutirões. É preciso melhorar as estratégias de abordagem com a população. A atuação não pode ficar restrita às secretarias de saúde. Tem de ser um trabalho que envolva todos os órgãos, principalmente, os de educação”, afirmou Duarte. O alerta foi dado também pela representante da Funasa (Fundação Nacional da Saúde) no Estado de São Paulo, Lúcia Taveira: “É preciso investir mais na educação e verificar a qualidade do trabalho das equipes que estão nas ruas”.

A principal preocupação dos especialistas em relação ao Grande ABC é proximidade com as áreas infestadas da capital – onde até quarta-feira haviam sido registrados 376 casos importados da doença e 387 autóctones. “Se não conseguirmos controlar essa pressão, que vem principalmente dos bairros do Jabaquara e das proximidades do Parque do Estado, a tendência é que tenhamos um aumento de casos autóctones (em Diadema)”, disse Duarte.

Capas – Quanto às estratégias de combate aos criadouros do mosquito, a maioria dos especialistas informou que já iniciou a distribuição de capas de caixas d’água – um dos principais pontos de proliferação de larvas – para a população carente. As capas são fornecidas pela Funasa (Fundação Nacional da Saúde). Diadema, onde as caixas d’água representam 90% dos criadouros, receberia quarta-feira 10 mil capas. A cidade também é a única que tem casos autóctones (originados no próprio município): 19 até quarta-feira. “A partir da terça-feira, vamos iniciar a distribuição de forma criteriosa na região Norte da cidade, que compreende os jardins ABC, Canhema e Campanário. Mas nem por isso, deixaremos de intensificar o combate a outros criadouros, como pratinhos de vasos e ralos”, afirmou o diretor da Vigilância à Saúde de Diadema, Dácio de Lyra Rabello Neto. Na região, apenas São Caetano e Rio Grande da Serra não receberam as capas da Funasa.

Os números de casos notificados e confirmados de dengue no Grande ABC de janeiro até quarta-feira são: Santo André (137/26); São Bernardo (164/52); São Caetano (22/4); Diadema (189/59); Mauá (113/14); Ribeirão Pires (21/6) e Rio Grande da Serra (4/2).




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