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'Abril Despedaçado', de Salles, é indicado ao Oscar
Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
29/10/2001 | 18:39
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Venceu o lobby da distribuição internacional. Abril Despedaçado, de Walter Salles Jr., é o candidato do Brasil a candidato ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2002. A escolha foi anunciada nesta segunda-feira, na delegacia do Ministério da Cultura do Rio, após reunião de comissão formada por cinco membros: Gustavo Dahl, Andrucha Waddington, José Carlos Avellar, Luís Carlos Merten e Helvécio Ratton, que entrou no lugar de Ana Maria Bahiana.

Com essa decisão, fica comprovada a tese de que a escolha seria sobre as reais chances de o filme enfrentar o intrincado jogo de marketing dos bastidores da premiação do cinema comercial norte-americano. “Num segundo momento, estas chances do filme foram levadas em conta. Julgamos, porém, que a produção representa o momento nacional e a cultura brasileira”, disse José Carlos Avellar, subsecretário do Audiovisual do Ministério da Cultura.

Na ata final, após quase duas horas de reunião, a comissão ressaltou que o filme foi escolhido por reunir “qualidades artísticas, cinematográficas e humanas”. Abril Despedaçado foi exibido em Salvador e tem previsão de entrar em cartaz no mercado nacional em fevereiro. Cumpriu, pelo menos, as regras para o Oscar – ser exibido pelo menos durante uma semana em circuito comercial, ainda que em uma cidade. O escolhido participa da seleção que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas realiza com filmes do mundo inteiro. O anúncio dos cinco finalistas será em fevereiro.

Exibido, e recebido friamente, no Festival de Veneza em setembro passado, Abril Despedaçado é estrelado por Rodrigo Santoro, José Dumont, Othon Bastos e outros. Inspirado no livro homônimo do albanês Ismail Kadaré, narra a jornada de Tonho (Santoro), filho do meio de um agricultor do árido sertão nordestino, em busca de vingança para a morte de seu irmão mais velho, numa rixa de famílias.

O distribuidor para o mercado mundial, exceto França e Suíça, é o estúdio norte-americano Miramax Films, que pagou US$ 4 milhões pelos direitos. Outro aliado é o produtor Artur Cohn – que produziu Central do Brasil, de Walter Salles Jr. – que já emplacou seis Oscars, um deles o documentário On Day in September no ano passado, e O Jardim dos Finzi-Contini, de Vittorio de Sica, melhor filme estrangeiro em 1970.

As demais obras que competiam eram Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho; O Xangô de Baker Street, de Miguel Faria Jr.; Bicho de Sete Cabeças, de Laís Bodanzky; Tainá, de Tânia Lamarca e Sérgio Block; Memórias Póstumas, de André Klotzel; Tolerância, de Carlos Gerbase; Copacabana, de Carla Camurati; A Hora Marcada, de Marcelo Taranto; e Netto Perde Sua Alma, de Beto Souza e Tabajara Ruas.




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