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Mauá cria 497 cargos efetivos no afogadilho

Vereadores aprovam projetos sem saber a quantidade de vagas

Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
04/04/2012 | 07:45
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A Câmara de Mauá aprovou ontem, em primeira votação, a criação de 497 cargos de provimento efetivo (a serem preenchidos mediante realização de concurso público) sem que nenhum dos 17 vereadores soubesse a quantidade exata de vagas. Dois projetos protocolados pelo Executivo dez minutos antes do início da sessão dispõem sobre o assunto, sendo um, com 19 cargos, específico sobre a adequação administrativa e de pessoal da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá).

As matérias encaminhadas em cima da hora irritaram a oposição e integrantes da base do prefeito Oswaldo Dias (PT). A urgência na votação foi cobrada pelo secretário de Governo, José Luiz Cassimiro (PT), já que o poder público não pode criar cargos nos 180 dias que antecedem as eleições, marcadas para 7 de outubro. Assim, mesmo sem saberem o inteiro teor das peças, os vereadores foram unânimes na aprovação. A segunda votação será terça-feira, data limite para a criação das vagas.

"Tiveram todo o tempo para apresentar o projeto e aí a Câmara tem de votar em dez minutos?", questionou Manoel Lopes (DEM). Irmão Ozelito (PTB) sugeriu a paralisação da sessão para a discussão dos projetos, mas não foi atendido. "Abusar do afogadilho é sacanagem, sem-vergonhice", sintetizou Batoré (PP), que em dezembro chegou a xingar Cassimiro quando o secretário pressionou pela votação de projetos protocolados em cima da hora.

A sustentação confessou não saber a quantidade de cargos a serem criados. O líder do bloco, Rômulo Fernandes (PT), pediu aos colegas que, mesmo assim, fosse conferido o aval preliminar da Casa e que a discussão ocorresse apenas na segunda votação, o que foi acatado. 

TROCAS

A plenária de ontem foi a última de Dario Duarte Coelho (PT) como vereador. O petista teve despedida com ares de solenidade - o assuntou ocupou quase duas horas da sessão. Ele assumiu o mandato em março do ano passado no lugar de Paulo Suares (PT), que retorna à Câmara após passagem pelo comando da Secretaria de Finanças.

Suares e Cassimiro se desligarão hoje do primeiro escalão do governo para concorrerem a vereador - a desincompatibilização seis meses antes da eleição é exigência legal. Eles serão substituídos por Orlando Fernandes Filho e Mariângela Souza Secchi, respectivamente. Ambos são do PT - Orlando foi titular de Finanças antes de Suares e Mariângela é chefe de Gabinete de Oswaldo.

Outro secretário que deve se desligar da administração para se candidatar a vereador é João Carlos Alves (PT), de Segurança Alimentar.




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