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Setor privado não crê em recuperação econômica
21/02/2003 | 22:56
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A expectativa de que a economia não se recupere neste ano começa a tomar conta do setor privado nacional. Durante a posse do novo conselho da Câmara Americana de Comércio (Amcham), realizada nesta sexta, parte dos cerca de 500 empresários presentes demonstrou que o mercado vive um clima de cautela e expectativa, em razão das turbulências no cenário externo e do aumento dos juros e do compulsório no mercado interno. Por essas razões, muitos investimentos foram suspensos.

“Este ano está praticamente perdido”, disse o presidente do Conselho de Administração da Amcham, Sérgio Haberfeld. O executivo, também presidente do Conselho da Dixie Toga, explicou que, neste mês, houve um “brutal desaquecimento” nos pedidos de embalagens, um dos principais termômetros do comportamento da economia nacional. “Os empresários não estão investindo, pois estão cautelosos esperando o que vai acontecer. Aguardando o desfecho da situação externa, pois os riscos são grandes”, destacou o diretor-superintendente do Moinho Pacífico, Lawrence Pih.

O cenário externo, com a proximidade da guerra, é outro fator que vem deixando o setor privado brasileiro pessimista. Haberfeld disse que os indicadores macroeconômicos da economia norte-americana – 1,6% de inflação em janeiro, US$ 435,2 bilhões de déficit comercial em 2002 e crescimento dos pedidos de auxílio-desemprego – deverão afetar não só a economia mundial, mas também o Brasil. Para o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Horácio Lafer Piva, o primeiro semestre, em termos de crescimento econômico, está perdido. “E se os juros continuarem elevados, vamos comprometer o crescimento de todo o ano. As reformas têm de acontecer.” Para ele, o aumento dos juros e do compulsório é o responsável por esse quadro de incertezas.




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