Visto por seus compatriotas como irmao e sucessor de "Magic Senna", que morreu em primeiro de maio de 94 em Imola, antes de marcar o terceiro melhor tempo hoje em Interlagos, Barrichello atravessou um período difícil na Fórmula 1, apesar de alguns momentos de inspiraçao e talento reconhecidos por todos.

Crises de confiança e máquinas de escassa performance impediram um brilho mais precoce de Rubinho. Mas após o início desta temporada, com a nova Stewart-Ford ele surpreendeu já no Grande Prêmio da Austrália, memorável para este piloto que poderia ter vencido aquela corrida.

Agora em Sao Paulo, `jogando em casa' o que se vê é um piloto confiante e seguro. Rubinho está com determinaçao, mas sem perder o sentido da realidade. "Vencer em Sao Paulo?. Francamente nao creio", respondeu. "Será necessário que as McLaren nao cheguem ao fim. Mesmo que elas abandonem, será igualmente difícil porque as Ferrari estao muito mais rápidas do que em Melbourne".

"A primeira curva é especial, porque leva o nome de Senna. A parte entre a `Reta Oposta' e a `Descida do Lago' também toca meu coraçao", prosseguiu o piloto brasileiro. "Foi aqui que aprendi a correr de kart. Quando era um menino, vinha aqui ver meus ídolos da F1", recordou.

O domingo será dele. Rubens Barrichello, portador de todas as esperanças de um povo nostálgico, órfao de Ayrton Senna. Sao Paulo, precisamente, comemora daqui a menos de três semanas o quinto aniversário da trágica morte do genial piloto brasileiro.

Apesar de seus 26 anos, Rubinho parece um veterano se comparado com Ricardo Zonta da BAR ou com Pedro Diniz da Sauber, compatriotas dele na F1. Como um "irmao mais novo de Senna", Barrichello passa agora a ser o novo dono do coraçao da torcida brasileira de Fórmula 1.