O Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, sigla em inglês), órgão britânico independente do governo do país, divulgou nesta segunda-feira um estudo que mostra que o Iraque não possui armas nucleares e possivelmente não tem capacidade para lançar ataques com armas químicas e biológicas. Segundo os britânicos, o país de Saddam Hussein precisaria de alguns meses para construir bombas atômicas.

Para construir a bomba, o Iraque teria de conseguir material suficiente para realizar a fissão nuclear. “Seria difícil (para Saddam) desenvolver seu próprio material físsil sem uma significativa ajuda estrangeira”, disse o diretor do IISS, John Chipman, em entrevista à rádio britânica BBC.

“Se ele for capaz de obter material físsil no exterior, roubando-o ou comprando-o, estamos certos de que terá capacidade de fabricar muito rapidamente uma bomba atômica”, concluiu.

O estudo mostra que o Iraque perdeu capacidade de construção de armas de destruição em massa após a Guerra do Golfo, em 1991. Apesar disto, o IISS ressalta que os iraquianos mantêm grandes estoques de toxinas, dás mostarda e de nervo e podem reiniciar sua produção em poucas semanas.

Sobre a provável ação militar dos Estados Unidos contra o Iraque, o relatório do instituto evita tomar posição. Ele diz que se nada for feito, o Iraque poderá conseguir a tecnologia necessária para a construção da bomba atômica, mas lembra que, se atacado, Saddam pode responder com o uso de armas químicas e biológicas.

Na quinta-feira, o presidente George W. Bush fala sobre o ataque ao Iraque na Organização das Nações Unidas (ONU). Ele quer conseguir apoio internacional para a invasão do país árabe.

O líder norte-americano conversou por telefone nesta segunda com o secretário-geral da ONU, Koffi Annan, com o presidente da União Européia, o dinamarquês Anders Fogh Rasmussen, e com o primeiro ministro turco, Bulent Ecevit. Eles falaram sobre a ação contra o Iraque.