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Fundaçao Santo André enfrenta impasse
José Carlos Pegorim
Da Redaçao 
29/05/1999 | 18:55
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A Fundaçao Santo André vive um impasse nas últimas semanas por conta do projeto de transformaçao da instituiçao em centro universitário. Rejeitado pelos professores e alunos da Faeco (Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas), mas com apoio parcial na Fafil (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras), o plano proposto pelos consultores da UFSCar (Universidade Federal de Sao Carlos) é o centro de um debate. De um lado, a secretária de Educaçao municipal, Selma Rocha, apresenta seu modelo importado como uma proposta de universidade pública comunitária de qualidade; do outro, professores da casa, que falam no modelo pé no chao.   

Do lado dos alunos, a passividade deu lugar a um esforço desesperado para participar da discussao - e, antes de tudo, descobrir do que exatamente se trata. O mote da campanha de mobilizaçao é saber quem pagará a conta, quando o centro universitário sair do papel e nao mexer em time que está ganhando (na Faeco, que tirou A nos três Provoes do MEC).   

Do lado da secretária de Educaçao, também presidente do Conselho de Curadores da FSA, um dos problemas cruciais é cumprir prazos para conseguir a aprovaçao do centro universitário ainda na atual gestao. Em 28 de fevereiro, o projeto foi entregue ao CEE (Conselho Estadual de Educaçao), que, a pedido da fundaçao, deu um prazo adicional de 120 dias para acréscimos e modificaçoes. O prazo vence em junho, e Selma já avisou que nao pára o processo. No segundo semestre, deve sair a avaliaçao do conselho, quando entao começa a correr o prazo de 180 dias para a Fundaçao instalar o centro.  

Em meados de junho, a presidente do CEE, Bernardete Angelina Gatti, virá à Fundaçao para expor à superintendência e às congregaçoes os critérios de avaliaçao das fundaçoes municipais de ensino superior. E expor ainda a visao do conselho sobre o processo de implementaçao dos centros universitários.  

Sobre a conta, Selma diz que os novos cursos terao de ser auto-sustentados (como sao os atuais), e que nao serao bancados pelas matrículas e mensalidades dos atuais alunos. Dos professores, a secretária explica que, a partir da instalaçao do centro, o ingresso será regido por concurso público baseado em mérito e titulaçao.  

Há 50 cargos de professor titular com título de doutor na nova carreira. O limite de vagas é orçamentário. Eles irao trabalhar em tempo integral, 20 horas em aula e 20 horas em pesquisa (que, hoje, nao é feita na Fundaçao), um esquema bastante atrativo para doutores de outras instituiçoes. Os demais nao mudam, continuam horistas. 

Alunos em açao - Na semana passada, nao houve aula na Faeco. Na Fafil, a normalidade foi restabelecida na quinta-feira. Até lá, uma confusao de reunioes atrapalhou, mas nao impediu, as aulas. Segundo o CA da Faeco, eles voltam nesta segunda. Por exaustao, já que nao houve uma assembléia para encerrar a paralisaçao.   

Também de forma confusa, os estudantes estabeleceram num ato realizado há um mês e meio a sua reivindicaçao principal: o congresso estatuinte tripartite e paritário (professores, alunos e funcionários com votos de mesmo peso). O vício de origem, na opiniao do presidente do CA da Fafil, Josué Alves de Souza, 37 anos, aluno do 1º ano de Pedagogia, foi que os alunos nao tomaram tal ato numa assembléia formal. "Mas, agora, já nao dá para duvidar da legitimidade da assembléia", admite. De prático, nada foi feito para pô-lo de pé. Talvez nesta semana, eles enfim comecem.




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