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Dia dos Museus é esquecido na região
Daniel Trielli
Do Diário do Grande ABC
17/05/2009 | 07:38
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Nesta segunda-feira é Dia Internacional dos Museus, mas no Grande ABC a data não vai ser celebrada. Não só as prefeituras da região não prepararam programação especial para a data como instituições de duas cidades em particular estão com as portas fechadas: São Bernardo e Ribeirão Pires.

 Segundo os organizadores das coleções históricas e artísticas do Grande ABC, o que fez com que o dia passasse em branco foi a política - especificamente, a mudança dos governos municipais.

Nilo Matos de Almeida, gerente de preservação da Memória de Santo André - o que significa que ele é responsável pelo Museu de Santo André Dr. Octaviano Armando Gaiarsa -, explica que as comemorações do Dia Internacional dos Museus no País são coordenadas pela seção brasileira do Icom (Conselho Internacional dos Museus). "Eles pedem nossas propostas de eventos com uma certa antecedência, mas com o processo de transição, ficou tudo suspenso", conta.

Mesmo com esses soluços, os gestores da cultura e da Memória do Grande ABC garantem que há muito pouca interferência política quando o assunto é museu. Independente de qual partido esteja no topo das administrações municipais, Santo André, São Caetano e Diadema contam com a mesma estratégia para aumentar o número de visitantes: criar programas que abram as portas para os alunos de cada município e contar com o apoio da comunidade na composição dos acervos.

"A política que está sendo adotada nos últimos anos é incentivar parcerias com as redes municipal e estadual de ensino", explica o presidente do Pró-Memória de São Caetano (que organiza o Museu Histórico e a Pinacoteca), Clovis Antonio Esteves. "São Caetano é um dos únicos lugares em que a história local faz parte do currículo dos alunos e isso ajuda bastante na hora de criar esse vínculo." E não são apenas as crianças maiores que são levadas pelas escolas ao Museu Histórico e à Pinacoteca sancaetanense. As visitas também incluem crianças a partir de 2 anos. "Elas prestam mais atenção e fazem perguntas mais significativas do que as maiores."

No Museu de Santo André, a estratégia de atrair os públicos jovem e infantil também está dando resultados. O gerente de preservação até aposta que esses tipos de iniciativa podem acabar com a imagem de que brasileiro não gosta de museus. "As gerações anteriores não iam a museus. Agora, está havendo um encontro maior entre o que o público quer ver e o que os museus oferecem."

Em Diadema, a participação da comunidade está nas paredes do MAP (Museu de Arte Popular). Inaugurada em outubro de 2007, a instituição abre espaço para artistas regionais, focando expressões artísticas do povo. A primeira grande aquisição foi de xilogravuras de Pernambuco. "Esse tipo de arte traz uma autovalorização para as pessoas", explica José Aparecido Krichinak, agente de cultura do MAP.




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