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Prefeitura diz que Suzantur esconde dados de bilhetagem

Ação impetrada pelo Paço de São Carlos na Justiça aponta recusa da viação, que opera em Sto.André e Mauá, em fornecer dados

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
25/01/2018 | 07:00
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Prefeitura de São Carlos/Divulgação


 Processo que tramita no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) aponta possível fraude da Suzantur na operação do sistema de transporte coletivo da cidade de São Carlos, no Interior de São Paulo. Denúncia feita pela própria administração do município indica que a empresa estaria escondendo dados que deveriam ser públicos, incluindo arrecadação com o sistema de bilhetagem instalado em coletivos que circulam na cidade.

De acordo com a Prefeitura de São Carlos, chefiada pelo prefeito Airton Garcia Ferreira (PSB), a empresa tem se recusado a dar acesso ao seu sistema de bilhetagem, “prejudicando a transparência das informações”. Na ação que tramita na Justiça, o município alega que a Suzantur “pode estar se apropriando do valor dos créditos dos usuários”, sem consentimento da Prefeitura, “inviabilizando o seu repasse para a nova empresa que assumirá o serviço concedido”.

Responsável atualmente pela prestação de serviço de transporte coletivo em Mauá e, de maneira temporária e a título precário, em Santo André, a viação teve a operação em São Carlos suspensa, na terça-feira, após o município decretar intervenção no sistema.

A medida foi tomada após a Prefeitura reconhecer “estado de emergência” no serviço prestado pela Suzantur – presidida pelo empresário Claudinei Brogliato – citando, inclusive, “qualidade duvidosa e ineficiente” dos coletivos que circulam na cidade. No decreto, a administração municipal fala ainda em excessivas ameaças por parte da empresa referente à paralisação do serviço.

Na tentativa de reverter possível estado de calamidade no sistema de transporte coletivo da cidade, a Prefeitura assumiu o serviço com a responsabilidade de manter veículos e quadro de funcionários da Suzantur, como forma de assegurar o cumprimento das normas contratuais.

Por telefone, o procurador– geral de São Carlos, Ademir Souza e Silva, se negou a repercutir as irregularidades da empresa. O prefeito da cidade, Airton Garcia Ferreira, e o presidente da Suzantur, Claudinei Brogliato, não atenderam aos pedidos de entrevista até o fechamento desta edição.

 

DESDOBRAMENTOS

Em assembleia realizada, ontem, cerca de 160 funcionários da Suzantur decidiram rescindir seus contratos. O grupo cumprirá até o dia 10 de fevereiro aviso prévio, em casa e, no fim deste período, terá rescisão paga pela própria prefeitura.

De acordo com a categoria, outros 300 funcionários aceitaram continuar trabalhando na empresa, agora sob o comando do interventor nomeado pelo município, Richard Wagner Jorge. “A prefeitura tem deixado as portas da empresa abertas para um diálogo saudável e dado garantia do pagamento de salários”, disse Amador Bandeira, advogado do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de São Carlos.

 

TJ nega pedido do MP para suspensão de decreto que autoriza intervenção

O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) negou, ontem, pedido feito pelo Ministério Público de São Carlos para a suspensão provisória da intervenção feita pelo município na prestação de serviço da empresa de transporte coletivo Suzantur.

Impetrado pelo promotor de Justiça Sérgio Martin Piovesan de Oliveira, o pedido citava supostas irregularidades no procedimento adotado pela prefeitura de São Carlos durante a intervenção da operação da Suzantur.

No documento, o promotor de Justiça cita ausência de contrato administrativo vigente entre a prefeitura de São Carlos e Suzantur que embasasse a medida.

O pedido, no entanto, foi negado pela juíza Gabriela Müller Carioba, da Comarca de São Carlos, que declarou não ter resolução do mérito e, por isso, arquivou a manifestação.

 




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