Antes de Sob Pressão e Filhos da Pátria, o ano tinha começado com a impactante história de Dois Irmãos, baseada no livro de Milton Hatoum, com direção de Luiz Fernando Carvalho, sobre os irmãos gêmeos Yaqub e Omar, cuja relação é marcada por ódio e rancor. O elenco garantiu belas atuações, em especial os atores Cauã Reymond e Juliana Paes. Aliás, vale aqui o parênteses: este foi o ano de Juliana Paes. Além de Dois Irmãos, ela brilhou meses depois como a mulher de traficante Bibi Perigosa na novela das 9, A Força do Querer, de Gloria Perez.
A atriz não levou o prêmio Melhores do Ano, do Domingão do Faustão (ficou com sua colega de novela, Paolla Oliveira), mas foi eleita melhor atriz de 2017 pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA). O fato é que Juliana, que começou a carreira fazendo papéis que exploravam apenas sua beleza, cresceu muito como atriz, e seu amadurecimento na atuação se consolidou lá no início do ano, em Dois Irmãos, com o complexo papel de Zana, mãe dos dois irmãos, na primeira fase da minissérie. Era necessário ?domar? aquela personagem, em todos seus dilemas, nuances e conflitos. Foi um grande momento da atriz.
Mais efusiva que Zana, mas não menos dramática que ela, Bibi Perigosa era uma das três protagonistas criadas por Gloria Perez - as outras duas eram Jeiza (Paolla) e Ritinha (Isis Valverde). Bibi ganhou grande projeção ao longo da trama, o que levantou até questionamentos sobre a glamourizição de uma personagem ligada ao crime. Polêmicas à parte, o mérito da repercussão da personagem é também da atriz. Na mesma novela, menção honrosa para Elizangela, que vivia a mãe de Bibi e garantiu momentos comoventes.
A Força do Querer foi a novela que elevou novamente os índices de audiência na faixa das 9, superando antecessoras como Velho Chico. Tramas entrelaçadas e bem amarradas, e atores bem escalados para seus respectivos personagens - com destaque especial para o elenco feminino - certamente contribuíram para o sucesso de Gloria Perez, que não tinha alcançado a mesma combinação certeira em seu folhetim anterior, Salve Jorge, de 2012. A atual trama das 9, O Outro Lado do Paraíso, sucessora de A Força do Querer, começou mal das pernas, mas o autor Walcyr Carrasco conseguiu reverter a situação - e a audiência - antes da virada do ano.
No quesito talk-show, dois programas totalmente diferentes dentro desse formato foram gratas surpresas. Em Lady Night, no Multishow, Tatá Werneck criou um late show fora da casinha, com improvisos hilários e perguntas que só ela poderia fazer a seus entrevistados. No palco, Tatá pôde exibir, em duas primeiras temporadas neste ano, talento e inteligência como humorista. A 3ª temporada deve ser gravada em 2018, depois que nova novela das 7, Deus Salve o Rei, da qual Tatá faz parte, chegar ao fim. Pedro Bial também fugiu da fórmula tradicional do formato em Conversa com Bial, na Globo, tornando-o mais dinâmico, ao levar mais convidados falando e interagindo sobre o mesmo tema da noite. Bial estreou, em maio, meio tímido, mas encontrou o tom de seu programa - e o seu próprio como apresentador - ao longo dos meses, o que rendeu entrevistas saborosas. Vida longa aos dois programas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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