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Sempre é tempo de realizar sonho

Aprimorar conhecimentos, realização pessoal ou profissional têm levado cada vez mais pessoas acima dos 50 anos aos cursos superiores

Ana Beatriz Moço
28/11/2017 | 07:00
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Divulgação/USCS


Cursar uma faculdade pode parecer sonho de quem acaba de terminar o Ensino Médio, mas nem sempre isso é possível. Seja por falta de recursos financeiros ou tempo, muitos jovens deixam de lado a formação superior e buscam ganhar a vida de outras formas. Outra situação comum é escolher um curso que traga retorno financeiro mais rápido, e deixar o sonho de infância para trás.

Embora o maior número de alunos que presta vestibular por todo o País ainda seja de adolescentes, aprimorar o conhecimento, investir na Educação e buscar a realização pessoal e profissional são palavras cada vez mais presentes aos candidatos acima de 50 anos.

Para o futuro advogado Luiz Carlos Licinio Peixinho. 59 anos. a aposentadoria foi o que permitiu a realização de buscar conhecer melhor a área que sempre chamou sua atenção. Atualmente ele está no sétimo semestre do curso de Direito da USCS (Universidade Municipal de São Caetano). “Fiz administração há 40 anos e sempre trabalhei na área financeira, mas queria era estudar Direito. Meu trabalho não me permitia esse tempo, mas quando me aposentei decidi que era hora de investir no meu sonho.”

Peixinho entrou na faculdade aos 56 anos, e está muito satisfeito. Para ele, o que não pode é a cabeça parar. “As pessoas impõem limites quando a idade chega. Isso não é certo, pois quem tem de ver nossos limites somos nós. Além disso, o mundo está em constante evolução, e para acompanharmos não basta ver o noticiário, mas estarmos inseridos nesse meio. Hoje convivo com jovens e aprendo muito com eles, diariamente.” 

Além do estágio no núcleo de assistência jurídica da universidade, Peixinho já participou de júri simulado, umas das atividades do curso.

A professora de Pedagogia da USCS Eliane Martinof acredita que o aumento de alunos acima dos 50 anos está, muitas vezes, ligado à maturidade. “Encontramos nos mais velhos uma dedicação bem diferente dos alunos adolescentes. Observo que os adultos e idosos valorizam a oportunidade, muito mais que os jovens, que obviamente estão deslumbrados com o novo, Não que os adolescentes não se dediquem, mas a maturidade dessas pessoas em buscar a realização, ou talvez, especialização, é muito mais notável.”

MOTIVAÇÃO

Os avanços tecnológicos colaboraram para que o acesso aos cursos fosse mais fácil. Uma pesquisa nacional do IBGE apontou que, entre 2005 e 2011, o grupo de pessoas acima dos 50 anos foi o que mais cresceu no acesso à internet. O estudo mostra incremento de 222,3%, no período de seis anos, por parte do público acima de 50 anos.

“A Educação a Distância vem na esteira do avanço da tecnologia, fazendo com que as pessoas com mais de 60 anos possam se atualizar no uso de novas ferramentas para adquirir conhecimento”, afirma a coordenadora da Universidade Positivo Kátia Ethienne dos Santos.

De acordo com dados do IBGE, em 2002, a porcentagem de brasileiros empregados com 50 anos ou mais era de cerca de 18%, e, dez anos depois, esse número passou para aproximadamente 22%. Em 2016, o total era de 26,3% de idosos empregados. O que chama atenção é a questão de que falta qualificação, sendo que apenas 11,2% dos brasileiros entre 55 e 64 anos possuem Ensino Superior, segundo dados do MEC (Ministério da Educação). 




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