Economia Titulo Preços
Inflação no País entre janeiro e outubro é a mais baixa desde 1998

Variação do IPCA em 2017 é de 2,21%; no mês, índice acelerou 0,42%

Flavia Kurotori
Especial para o Diário
11/11/2017 | 07:29
Compartilhar notícia
Divulgação


O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indicador oficial da inflação do País, acumulou 2,21% entre janeiro e outubro. O percentual é o menor para o período desde 1998, quando somou 1,44%. Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas).

Embora inflação baixa signifique que os preços estão mais controlados, os especialistas afirmam que a melhor marca em 19 anos, neste caso, se deve ao baixo nível de atividade econômica. “O alto índice de desemprego não permite o aumento do consumo e, como consequência, os preços baixam”, explica o economista da Austin Rating Wellington Ramos. “É um dilema, pois o resultado é reflexo de um problema. Infelizmente, não é o melhor dos mundos.”

Segundo Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, o IPCA menor alivia o orçamento das camadas menos favorecidas, que já sofreram muito com a crise, principalmente porque boa parte do consumo consiste em itens básicos, como alimentos, cujo custo vêm em deflação. “A inflação baixa é a única coisa boa do governo do presidente Michel Temer (PMDB)”, diz.

O grupo dos alimentos recuou 0,05% em outubro, sexto mês consecutivo de queda. Ramos ressalta que isso se deve ao bom comportamento das safras, principalmente de grãos.

Ao considerar a inflação como um todo, porém, houve aceleração de 0,16% em setembro para 0,46% em outubro. Dentre os grupos analisados, destaca-se o da habitação, que avançou 1,33%, puxado pelo encarecimento na conta de luz – no mês passado foi acionada bandeira tarifária vermelha nível 2, que acrescenta R$ 3,50 a cada 100 kWh –, além do acréscimo de 12,9% no custo do gás de cozinha nas refinarias e de 4,49%. “Este pulo (na inflação) é um movimento desfavorável para a recuperação mais rápida da economia”, avalia Silvio Paixão, professor de Macroeconomia da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras). “Estes são aspectos muito delicados e impactam diretamente no orçamento doméstico.”

Para Paixão, caso o consumo aumente com as festas no fim do ano e a demanda continue baixa, a tendência é que o índice se mantenha. Com isso, Ramos aponta que a tendência é que a taxa básica de juros, a Selic, atinja a menor marca da história, 7% ao ano. “A redução favorece os investimentos e, consequentemente, estimula a reação da economia. São pequenos passos para a retomada.” 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;