Cultura & Lazer Titulo Cinema
Heitor Dhalia
chega à Hollywood

Diretor de 'À Deriva' fala sobre sua estreia na grande
indústria cinematográfica, com longa-metragem '12 Horas'

Daniela Gonçalves
Especial para o Diário
02/04/2012 | 07:00
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A carreira do cineasta Heitor Dhalia não é extensa, mas ele já conseguiu chamar a atenção do acirrado mercado norte-americano. Os longas 'Nina' (2004) e 'O Cheiro do Ralo' (2006) foram premiados dentro e fora do Brasil, e no Festival de Cannes, com a exibição de 'À Deriva' (2009), as portas de Hollywood começaram a se abrir para o diretor pernambucano.

Após algumas sondagens, muitos roteiros e um intensivo curso de inglês, Dhalia trocou as terras quentes do Recife pelo frio de Portland (Oregon, Estados Unidos) e foi dirigir seu primeiro projeto internacional, o longa-metragem '12 Horas' ('Gone', no original), um suspense estrelado por Amanda Seyfried com estreia prevista para o dia 13 no Brasil.

Acostumado a ter liberdade criativa em seus trabalhos, Dhalia teve de abrir mão da assinatura no roteiro e se adaptou a um sistema em que o produtor (no caso, Tom Rosenberg, de 'Menina de Ouro' e 'Anjos da Noite') é a figura principal do projeto. "Não pude levar ninguém da minha equipe, nem ensaiar com os atores sem a presença do produtor. Muitos deles eu conheci minutos antes de dirigir a cena", conta.

Dhalia compara o sistema cinematográfico de Hollywood a uma bolsa de valores, onde tudo é visto simplesmente como negócio e investimento. "É tudo uma análise de risco financeira, tanto que os executivos dos filmes possuem formação em finanças", explica o diretor, que diz entender bem o limite criativo que o sistema industrial impõe.

"Acredito que eles procurem sim o talento estrangeiro, mas o que eles querem mesmo é comprar uma ação em baixa. Vai que o diretor está despontando em outro lugar vira o diretor no futuro? Além disso, quem vem de fora é mais fácil de controlar por não entender o idioma nem como o sistema funciona", explica.

O diretor diz ter ficado feliz com sua primeira participação no mercado hollywoodiano, um sonho ambicioso que poucos acreditavam. "É como um serial killer, que mata por prazer, enquanto o matador de aluguel mata por contrato, por dinheiro. Mas nenhum matador de aluguel mata sem gostar de matar. Eu fui um matador de aluguel nesse caso", exemplifica.

Seu próximo longa-metragem nacional será 'Serra Pelada', um épico sobre a relação de dois amigos ao longo de dez anos na maior mina a céu aberto do mundo, que tem no elenco o ator e co-produtor Wagner Moura.




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