São Bernardo vai abrigar, a partir de sábado, a primeira sede do Instituto Memorial Jânio Quadros no país. Com o resgate da história do Brasil e a tentativa de prestar assistência social à população como principais objetivos, a entidade pretende estabelecer parcerias com o governo do Estado, União e prefeituras que contribuiriam na elaboração e manutenção de cursos profissionalizantes para jovens, além de outros programas voltados a crianças e à terceira idade. A sede será na rua  Jacutinga, Parque dos Pássaros.

 “O norte do nosso instituto é resgatar a cidadania, moralidade e dignidade do ser humano”, afirma o secretário José Andrade, um dos amigos que Jânio cultivava na Prefeitura de São Paulo de 1953 a 1954.

Uma ação entre amigos de Jânio, aliás, foi o que motivou a criação do Instituto. Além de Andrade, Ivo de Paula e Enio Rocha, respectivamente, assessor de gabinete, advogado e oficial de gabinete da Prefeitura durante a administração Jânio Quadros, resolveram se unir a Jânio Quadros Neto – representante legítimo do avô no país – e compor o Instituto.

“Queremos manter o movimento Jânio Quadros vivo. Nossa intenção é reunir os janistas para discutir o que podemos fazer para o desenvolvimento do país”, afirma Neto.

Fernando Tenório, escolhido para ser o vice-presidente da Regional Grande ABC do Instituto, afirma que a Secretaria estadual de Relações do Trabalho vai ser uma das primeiras acionadas para estabelecer parceria com o Instituto. A intenção é que a Secretaria forneça a programação de cursos profissionalizantes que poderão ser ministrados. A presidência do memorial também espera que empresas privadas ajudem com doações para patrocinar as atividades.

História – Décimo sétimo presidente brasileiro, Jânio da Silva Quadros governou o país entre 31 de janeiro de 1961 e 25 de agosto de 1961, data em que pediu a renúncia alegando que ‘forças terríveis‘ o obrigavam a esse ato.

Formado em Direito pela USP (Universidade de São Paulo), antes de se tornar político, Jânio Quadros deu aulas de Português no Colégio Dante Alighieri e lecionou Direito Processual Penal na Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie.

Entre 1948 e 1650 foi vereador em São Paulo pelo PDC (Partido Democrata Cristão). Na seqüência, exerceu mandatos de deputado estadual (1951-1953), prefeito de São Paulo (1953-1954) e governador de São Paulo (1955-1959). No final de 1958 havia sido eleito deputado federal pelo Paraná, mas não assumiu o mandato e preparou candidatura à presidência pela UDN (União Democrática Nacional). Utilizou como mote da campanha o “varre, varre vassourinha, varre a corrupção”, e também se dizia “homem do tostão contra o milhão”. Acabou sendo eleito presidente em outubro de 1960 para o mandato de 1961 a 1966, vencendo o marechal Henrique Lott.