Após deixar de cumprir pré-contrato firmado para defender o Santo André até o fim da Série B do Brasileiro, o atacante Pedrão foi apresentado ontem no São Caetano, embora o presidente Nairo Ferreira de Souza tenha negado, na véspera, interesse no jogador.

Sem falar em valores, o atleta confirmou ter recebido determinada quantia (R$ 100 mil) pelo pré-acordo com o Ramalhão. Porém, alegou "motivo familiar" para voltar atrás. "Conversei com minha esposa e decidimos aceitar a proposta do São Caetano pelo projeto do clube, que é voltar à Série A do Brasileiro", resumiu.

Sobre a importância depositada em sua conta corrente, disse: "Hoje cedo (ontem) falei com o Juraci Catarino (supervisor de futebol do Santo André) e devolvi o dinheiro. Ele confirmou a transferência."

Artilheiro do Paulistão de 2009 pelo Barueri (hoje Grêmio Prudente) com 16 gols, o jogador garante que não foi por dinheiro que deu as costas ao Santo André.

"No ano passado, fiz um bom contrato, de um ano, nos Emirados Árabes com o Al Shabab. Desta vez procurei ouvir minha esposa. Quando recebi o convite do Goiás, ela me disse para não aceitar e aceitei. Olha o que deu. Fiquei lá quase quatro meses sem receber salário."

Perguntado se temia que o mesmo ocorresse no Santo André, afirmou. "Conversei com o Ronan (Maria Pinto, presidente da Gestão Empresarial do Santo André), sei que é boa pessoa. Agradeci por me procurarem e disse que foi uma decisão familiar. Sei que o Santo André é um bom clube e que honra em dia seus compromissos", reconheceu o atacante

Pedrão, que se desligou do Goiás na semana passada e ontem já treinou no novo clube, não teme ser chamado mercenário por abandonar proposta e aceitar outra. "Assinei com o São Caetano pelos mesmos valores (não revelou) oferecidos pelo Santo André. Então, não sou nenhum mercenário."

No entanto, segundo informações dos bastidores, o jogador - que também recebeu proposta do Ceará - teria ido receber cerca de R$ 380 mil, o dobro da oferta do Ramalhão.