Uma parcela do PSDB de Diadema, defensora da candidatura a prefeito do vereador Lauro Michels, está em campanha de filiação. A meta é angariar o máximo de partidários para derrotar o deputado estadual José Augusto da Silva Ramos na convenção tucana que elegerá o próximo dirigente na cidade. O processo está programado para ocorrer em abril.

Joelder Souza, um dos articuladores da candidatura de Michels, é quem vem tomando a dianteira dessa discussão. Ele tenta emplacar o próprio nome para ser o cabeça da chapa de oposição e espera contar com o apoio do vereador. "Mas se eles quiserem lançar uma terceira chapa, não terá problema." Souza disse que somente ontem filiou sete lideranças partidárias.

Souza almeja trocar o local da sede do partido: a casa de Zé Augusto. "Tenho pavor de entrar lá. A primeira coisa é arrumar outro lugar." O comando do diretório de Diadema está nas mãos do deputado desde sua filiação. Seja com ele na presidência - os dois últimos mandatos são dele - ou com um indicado. Segundo informações tucanas, o atual dirigente tem a maioria no partido - são 2.287 filiados no total - e seria "impossível" alterar o quadro.

 "Como um militante pode querer um presidente que afirma que será candidato a prefeito da cidade sem discutir com as bases do partido?", questionou Souza em referência à reportagem publicada pelo Diário na edição de domingo, quando o deputado desmentiu informações de que lançaria sua mulher, Maridite Cristóvão, ao Paço. À ocasião ele voltou a dizer que a forma de escolha de candidato é pelo resultado eleitoral. Como disputou os cinco últimos pleitos detém o recorde. Souza comparou a sua bandeira ao principal rival: o PT. "Quem deve decidir o nome do candidato é a militância, o PT faz isso."

A candidatura avessa a José Augusto, que governou a cidade de 1989 a 1992 pelo PT e perdeu as cinco últimas tentativas de retorno ao Paço, surgiu da insatisfação com a postura do deputado. Segundo Souza, a vida partidária não ocorre como dita o estatuto da sigla. "Se a nacional nos cobrar não teremos nenhuma ata de reunião para justificar." O diretório, inclusive, não teria feito planos para a campanha presidencial, em que o candidato tucano, ex-governador José Serra, acabou derrotado na cidade e em nível nacional.

Souza mira reforços em nomes que deixaram o PSDB desde a última derrota de Zé Augusto alegando falta de espaço político. Valmir Apolinário, aliado do dirigente desde que foi prefeito, recentemente ingressou no PRB, como assessor do vereador Pastor Edimilson (PRB). Candidatos a vereador pela legenda em 2008, José Hudsomar Rodrigues Jardim, o Zé do Bloco, e Lúcio Francisco de Araújo migraram para o PV. Juntos somavam cerca de 4.200 votos. "Falei com muita gente e disseram que topam voltar se for uma chapa sem o Zé Augusto."

Os parlamentares Michels, José Francisco Dourado, Márcio Giudicio, o Márcio da Farmácia, não foram localizados pelo Diário. A assessoria de Zé Augusto foi contatada, mas não respondeu.