Às vésperas do decisivo jogo que o Santo André tem pela frente para definir permanência no Campeonato Paulista da Série A-2, o presidente da Gestão Empresarial ramalhina, Ronan Maria Pinto, falou e não se eximiu de culpa.

Justificou o insucesso do time no torneio como falta de planejamento, criticou o descaso da Prefeitura com o Bruno Daniel, que obrigou o time a atuar sete vezes fora de casa, e pediu aos jogadores amor à camisa pela salvação do rebaixamento.

"O Santo André pagou conta alta. O trabalho era para subir, estar entre os oito, mas credito essa luta contra o descenso ao planejamento e ao fato de fazer sete dos dez jogos como mandante fora de casa. É descaso total do poder público", criticou o dirigente, citando os três jogos que o Santo André fez em São Bernardo e os quatro em São Caetano. "Não é fácil mendigar estádio em uma cidade ou outra. Foi complicado treinar no Bruno e jogar em um local diferente. Isso jogou por terra nosso planejamento e investimento, mas ainda estamos confiantes", emendou.

Por outro lado, o sentimento de Ronan é de missão descumprida. "Como torcedor, fico com o sentimento de que o Santo André podia ter feito mais e agora deixa para a última rodada. Mas como administrador, não, porque fizemos o que pudemos."

Da mesma forma que o diretor de futebol Sérgio do Prado afirmou quinta-feira, o presidente excluiu qualquer possibilidade de remunerar os atletas em caso de fuga da degola. "Não tem extra não. Tem de jogar com amor à camisa, respeito e dedicação. Eles são pagos para isso e não vejo motivo para mais", explicou Ronan.

A situação do Ramalhão é complicada, mas só depende dele para não cair pela primeira vez para a Série A-3 estadual. Vencendo o União Barbarense, às 10h de amanhã, no Bruno Daniel, a equipe está praticamente garantida - existe possibilidade matemática de o elenco cair mesmo se triunfar, caso o Santacruzense vença e tire a diferença de saldo para o time.

Mas o dirigente está confiante na equipe. "Acredito que se salva, sim. Para isso, tiramos o grupo da cidade, concentramos em Jacutinga, voltaram direto para o hotel em São Bernardo onde ficarão concentrados até o jogo. Estão todos muito focados, conversaram, treinaram... o que tínhamos de fazer, fizemos, e acredito em grande resultado", comentou.

Time realiza último treino e tem dúvidas para duelo decisivo

O Santo André retornou ontem de Jacutinga, onde permaneceu por quatro dias, e hoje realiza o último treino antes da decisão de amanhã, contra o União Barbarense, às 10h, no Bruno Daniel. E Ruy Scarpino segue com dúvidas.

Pelo menos três jogadores ainda dão dor de cabeça ao treinador em razão das condições físicas: o lateral-direito Marcelo, o lateral-esquerdo Arthur e o atacante Fabrício.

"O Arthur está com contratura anterior na coxa esquerda. Está sob avaliação para saber se terá condições ou não. O Marcelo teve tendinopatia no joelho direito, treinou normalmente hoje (ontem) e vamos esperar o treino de amanhã (hoje). O Fabrício está com dores musculares, ficou em tratamento no hotel. É o que tem mais condições de todos", explicou o fisioterapeuta Alexandre Alacaide.