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Motorista de BMW nega ter bebido

Fabrício Moura diz que não teve culpa no acidente que matou motoboy na Via Anchieta

Luiz Gomes
Especial para o Diário
03/05/2013 | 07:00
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O comerciante Fabrício Albino de Campos Moura, 34 anos, motorista do BMW 125i M Sport laranja que atropelou, arrastou e matou o motoboy José Francelino Júnior, 41, na madrugada de segunda-feira, no km 15 da Via Anchieta, afirmou que não bebeu antes de dirigir. Ele disse também que sofreu ataque de pânico ao perceber que havia atingido a vítima e, por isso, deixou o local sem prestar socorro.

Em entrevista concedida ontem no escritório de seu advogado, na Capital, o motorista negou ter culpa pela morte da vítima. "Eu estava na pista da marginal, na velocidade máxima permitida. De repente, vi só uma mancha escura na frente e não deu tempo de desviar", contou o comerciante. Segundo ele, a moto estava totalmente apagada. Apesar de alegar inocência pela morte de Francelino Júnior, ele ainda não se apresentou à polícia.

Após atingir a vítima, o dono do BMW - o carro está avaliado em R$ 155 mil - fugiu com o veículo de seu irmão Flávio Antônio de Campos Moura, 37 anos, que chegou ao local do acidente após ser informado pelo caçula sobre o ocorrido.

Fabrício contou ter ficado em estado de choque e deixou o local após 15 minutos por medo de sofrer linchamento. O comerciante ficou em observação no Hospital Bosque da Saúde, no bairro da Saúde, na Zona Sul da Capital, de segunda-feira até o fim da tarde da terça-feira após tomar, por conta própria, medicamentos de tarja preta.

Questionado sobre os motivos de seu cliente ainda não ter se apresentado à polícia, o advogado Mauro Cabral, alegou que Fabrício "tentou se apresentar várias vezes, mas como a mídia estava presente na delegacia ele acabou desistindo."

O delegado titular do 2° DP (Rudge Ramos) de São Bernardo, Roberto Bueno Menezes, afirmou que o acusado responderá por homicídio doloso e que as provas são contundentes. "Houve atropelamento, fuga do local sem prestação de socorro e embriaguez ao volante", apontou.

Fabrício demonstrou arrependimento pelo acidente. "Sei que pedir desculpas nesta hora não resolve, mas gostaria de falar para a família que sinto muito. Não foi culpa minha. Não saí de casa pensando que gostaria de atropelar alguém naquele dia." Abatido, o comerciante comentou que ainda não conseguiu voltar a se alimentar de forma correta. "É muito ruim. A gente tem tantos projetos na vida e de repente acontece uma coisa dessas."
Fabrício ainda não procurou a família de Francelino Júnior, mas garantiu que pretende fazê-lo para prestar ajuda financeira.

CONTRADIÇÕES 

A versão sobre o dia do atropelamento na Via Anchieta da história contada por Fabrício apresenta contradições em relação ao que seu irmão contou em depoimento na segunda-feira. Segundo Flávio, o acidente aconteceu após o caçula ingerir duas latas de cerveja em um bar na Avenida Kennedy, e seguir em alta velocidade pela rodovia após sofrer tentativa de roubo.

Na versão de Fabrício, ele havia saído da casa do irmão, que mora no bairro Piraporinha, em Diadema, e estava indo buscar a sua mulher e a filha em casa, após ter discussão. O comerciante também alegou não gostar de bebida alcoólica e não mencionou a possível tentativa de assalto.

Para o advogado Mauro Cabral, as declarações de Flávio foram feitas "em um momento de nervosismo" e que ele foi mal assessorado quando compareceu ao 2° DP (Rudge Ramos). Segundo Cabral, as duas latinhas de cervejas mencionadas em depoimento foram ingeridas por Flávio, e não por Fabrício.




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