Duas possibilidades para o significado de súcia, a palavra. Principiada por letra minúscula, é sinônimo de corja, de turba, de reunião de malfeitores, de turma de vadios. Enquanto substantivo próprio, letra maiúscula a ditar a marcha, designa um septeto de rappers andreenses formado em 1995 e escolhido entre mil bandas para elaborar a trilha sonora de Saudade, filme alemão rodado em Parati, no Rio, ano passado.

“Nosso contato com a produção do filme foi o Thomas P. Woll (presidente da editora Music Bank Brazil)”, afirma o cantor Raskas. Filmada entre abril e maio de 2002, Saudade leva a direção de Jürgen Brüning. No entrecho, um rapaz alemão interessado em políticas sociais do Terceiro Mundo e um ator negro de telenovela se encontram no litoral fluminense, um à procura da mãe biológica (Zezé Motta), o outro interessado em hip hop. Juntos, iniciam um romance.

O Súcia faz figuração de luxo ao aparecer em duas seqüências de shows no filme. Quanto à trilha sonora, há sete músicas suas. Além de Vivendo em Santo André, o score traz Negrutios, Precisa de Armas?, Favela, Pra Você, Lisa, Saudade e Estilo Livre.

O filme será lançado no próximo dia 25 em Berlim e, por conta da estréia, os andreenses foram convidados para uma série de apresentações na Europa. Estadia eles têm, alimentação e traslados também. Faltam-lhes as passagens aéreas, para embarcar já no dia 21, daqui a exata uma semana.

“Pesquisamos os preços nas companhias aéreas. Cada passagem sai por US$ 600 e somos em oito (pessoas)”, afirma o agente da banda, Tabajara Ferrini, que pretende acompanhar os rappers na jornada. Pedem patrocínio para cerca de R$ 16 mil (dólar a R$ 3,21, cotação de sexta-feira). “Estamos tentando tudo: pedágio, arrecadação nas ruas e até rifa. Mas conseguimos muito pouco”, diz o produtor. E apela aos interessados, que podem contatá-lo por telefone (4975-7109 e 9513-3054) ou e-mail (tabajara_ferrini@hotmail.com)