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MTST invade terreno particular no Assunção, em São Bernardo

Ocupação com 900 pessoas começou na madrugada
de ontem com apoio de deputados estaduais do PT

Miriam Gimenes
03/09/2017 | 07:42
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Claudinei Luiz


Cerca de 500 integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores sem Teto) chegaram em ônibus e invadiram um terreno particular próximo à Scania, na Rua João Augusto de Souza, no bairro Assunção, em São Bernardo, na madrugada de ontem. Ao longo do dia, o acampamento foi sendo formado e 900 pessoas ocuparam o espaço.

A invasão foi apoiada pelos deputados estaduais Luiz Turco (PT), de Santo André, e Carlos Neder (PT), da Capital. Eles asseguram que apenas acompanharam a ocupação, embora ambos não tenham feito o mesmo na gestão do ex-prefeito Luiz Marinho (PT).

“A ideia é quadruplicar esse número”, diz uma das coordenadoras do movimento, Maria das Dores. Segundo ela, a crise que assolou o País, principalmente a partir de 2015, levou diversas famílias, inclusive no município, a perderem o emprego e não terem como custear moradia. “Todo mundo aqui está em casa de parente, morando de favor, o que é a pior coisa do mundo. O País está afundando e quem paga a conta é o andar de baixo. E o andar de baixo cansou. Procuramos o mínimo de respeito e sensibilidade, estamos aqui para dialogar.”

Maria diz que o terreno em questão, de propriedade da MZM Incorporação, não é ocupado há décadas. “Aqui não nasce nem planta porque o solo é muito seco. Toda terra tem de ter função social e esse tem essa função.”

O secretário de Habitação, João Abukater, rebate a declaração de Maria. “Os projetos que estamos dando andamento foram contratados na gestão anterior, porque não dá para cada governo que entrar construir uma política nova. O que fazemos é tentar sempre melhorar e dar continuidade. E, nos últimos oito anos (gestão Marinho), não houve crítica nem houve invasão. Então me parece uma ação política e não habitacional.”

A construtora entrou com pedido de liminar para reintegração de posse e o juiz Gustavo Dall’Olio, da 8ª Vara Cível de São Bernardo, determinou que em 72 horas seja feita desocupação voluntária do terreno. Caso contrário será usada força policial. O magistrado também criticou a postura dos deputados petistas. “Não assiste ao réu o direito de açular pessoas, muitas delas carentes e de pouca instrução, à invasão ou tomada de espaços.” 

Ato no pós-balsa une Alex e petista

Na manhã de ontem cerca de 1.000 moradores da região do pós-balsa se reuniram em frente à UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro Santa Cruz, em São Bernardo, para protestar contra a ações feitas pelo Executivo a fim de intensificar a fiscalização do transporte de materiais de construção civil destinados a obras de moradias irregulares nos bairros Tatetos, Capivari, Santa Cruz, Taquacetuba e Curucutu, todos localizados em área de preservação ambiental.

A manifestação foi liderada por políticos da oposição ao prefeito Orlando Morando. O ato colocou no mesmo palanque o deputado federal Alex Manente (PPS), o vereador Julinho Fuzari (PPS) e o também parlamentar Toninho da Lanchonete (PT). PT e PPS se juntaram no segundo turno para tentar derrotar Morando em 2016, sem sucesso.

O secretário do Meio Ambiente, Mario de Abreu, classificou a atividade como “visivelmente política”. “São oportunistas que quiseram bater (na decisão da Prefeitura) para fazer barulho em busca de votos. As invasões, que aumentavam a cada semana, não agrada os moradores de lá.”




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