Esportes Titulo Rally
Ribeirão-pirense desbrava o Sertões

Wagner Roncon será um dos 242 competidores
que tentarão percorrer os 3.300 quilômetros

Dérek Bittencourt
18/08/2017 | 07:00
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Sanderson Pereira/PhotoEsporte/Divulgação


Pegue saibro, areia, pedra, cascalho, água, depressões, mata-burros, trechos agrícolas, serras, retões e muita, muita poeira. Adicione sol, calor – chuva, a gosto. Misture tudo isso a adrenalina e velocidade. O resultado da receita dá forma à 25ª edição do Rally dos Sertões, mais importante prova off-road do País, considerada a segunda maior do mundo, atrás apenas do tradicional Dakar. A partir de amanhã, serão 3.300 quilômetros percorridos em oito dias de prova (entre prólogo, deslocamentos e especiais) de Goiânia-GO a Bonito-MS. Em disputa, 242 competidores (pilotos e navegadores), distribuídos entre 34 UTVs, 60 carros, 46 motos e oito quadriciclos.

Entre eles, um representante do Grande ABC tentará triunfar pela segunda vez. Wagner Roncon, 31 anos, de Ribeirão Pires, campeão na categoria TR4 em 2014, competirá desta vez na Carros Pró Brasil, a bordo de uma picape L2000 Triton, da Mitsubishi, novamente junto do navegador alagoano Joselito Junior, 43, cercado de expectativa, mas mantendo os pés no chão – seja ele composto por qualquer um dos diversos tipos que compõem o piso da prova. 

“Neste ano vamos em categoria que é mais complicada, com carros mais preparados, de pilotos mais experientes, alguns de 20 anos de rali, carros fortes, que chegam muito mais rápidos nas curvas e as surpresas são maiores”, disse. “Nessa categoria a gente pensa primeiro em terminar. No Sertões, todos aqueles que largarem e chegarem na rampa final, depois de sete dias, são vitoriosos. Vamos tentar brigar pela vitória. Não vai ser fácil. Todos (os concorrentes) são experientes, com mais horas de voo que eu, com 40, 50 anos de idade. Espero chegar e, se tudo der certo, entre os primeiros”, emendou o piloto da região.

O investimento para participar do Sertões parte de R$ 100 mil a R$ 150 mil – sem contar o valor do carro –, em preço que inclui R$ 20 mil de inscrição (aos carros), entre R$ 40 mil e R$ 70 mil de apoio (mecânicos e estrutura), cerca de R$ 10 mil em hotelaria, além de gastos extras com peças de reposição, manutenção e outros. A imprevisibilidade da prova pode aumentar ou diminuir o montante. Um pneu da picape de Roncon, por exemplo, custa R$ 2.000 – ele está levando dez a mais para qualquer ocorrência.

Inclusive, foi o imprevisível que conquistou o ribeirão-pirense, que deixou as corridas de moto para desbravar os ralis. “Tem muitas surpresas, não é como andar num autódromo em corrida tipo a Stock Car, a Fórmula 1, na qual você tem inúmeras dificuldades, mas é um traçado que conhece e passa várias vezes no mesmo lugar, troca marcha no mesmo lugar, belisca a zebra no mesmo lugar, parece uma dança. O rali não. É totalmente diferente: passa onde nunca passou, tem planilha que recebe na noite anterior para olhar e marcar os pontos perigosos. Não tem chance de passar (antes) e conhecer. É tudo novo. Tem de confiar no navegador e ter elo muito forte, ele funciona como seus olhos”, declarou Roncon.

Independentemente do resultado no Sertões, o jovem empresário ainda tem um objetivo neste universo do rali. “Meu grande sonho é um dia correr o Dakar. Difícil, mas dentro do alcance”, projetou. 




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