O empresário Jorge Baptista da Silva anunciou que vai entrar na Justiça Federal para cancelar a venda do Banorte ao Bandeirantes, ocorrida há quatro anos. A decisao foi tomada após o Banco Central ter concluído o inquérito administrativo da liquidaçao do banco Pernambuco sem apontar irregularidades praticadas por diretores e acionistas. Baptista da Silva entende que o resultado do processo indica que os problemas financeiros do Banorte foram provocados pela corrida de correntistas contra a instituiçao, estimulada pelo Bandeirante.

O advogado do grupo Banorte, Joao Humberto Martorelli, afirmou que "houve uma manobra do Banco Bandeirantes, de caixa baixo na época e necessitando da ajuda do Proer. Gilberto Faria simulou uma associaçao com o banco pernambucano e recuou em seguida, abalando o conceito do Banorte no mercado." O Banco Central fez a intervençao, vendeu os ativos saudáveis ao Bandeirantes e liberou R$ 1,2 bilhao para lastro.

Segundo Martorelli, o ex-banqueiro Baptista da Silva espera receber do Banco Central, recursos entre R$ 120 milhoes e R$ 150 milhoes. Este dinheiro foi recolhido a mais pelo Banorte, em 1990, quando ocorreu o confisco da Poupança determinado pela ex-ministra Zélia Cardoso de Mello, e nunca foi devolvido. A direçao do Banorte espera apenas a determinaçao do valor final, que depende dos índices de correçao a serem aplicados. O advogado lembrou que o Banerj, na mesma situaçao, já recebeu a devoluçao. Baptista da Silva acredita que este total será suficiente para reabrir a instituiçao bancária.

Quando ocorreu a decretaçao da intervençao, o Banorte tinha agências em todas as capitais do País e mais de 3 mil funcionários, tendo atuado durante mais de 50 anos.