O 'convincente' Corinthians é 100% no Brasileirão. Com um time sem 'estrelinhas' que viviam de boas atuações do passado, e com um técnico que soube montar um time taticamente eficaz, o Timão goleou neste domingo o Cruzeiro por 3 a 0, em pleno estádio do Mineirão (Belo Horizonte), pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro.

Os gols de Everton e Marcelo Mattos (2) revelaram ainda uma nova postura do alvinegro paulistano: a vontade. Há muito tempo, desde que os 'galácticos' deixaram o Parque São Jorge aos poucos e a MSI deixou de investir seus milhões de dólares obscuros, os jogadores não mostravam tanta disposição dentro de campo como agora.

Com o resultado, que mais do que elástico foi categórico, o Timão chegou aos seis pontos – 100% de aproveitamento (duas vitórias em duas partidas). O Cruzeiro, que na estréia havia arrancado um bom empate diante do Fluminense no Maracanã, segue com apenas um pontinho e passa a ocupar a perigosa metade de baixo da tabela de classificação.

Na próxima rodada, o Corinthians terá uma excelente oportunidade de manter o 100% de aproveitamento e, quem sabe, se isolar na liderança do Brasileirão. O time do técnico Paulo César Carpegiani receberá o Atlético-MG no estádio do Morumbi, sábado (dia 26 de maio), às 16h. No domingo, a Raposa terá uma nova chance de se recuperar. O time do técnico Dorival Júnior – ex-São Caetano – recebe novamente no Mineirão o embalado Paraná Clube, às 18h10. O time de Curitiba é outro que, assim como o Corinthians, é 100%.

1º Tempo – No primeiro tempo, o Corinthians mostrou uma postura diferente da adotada nos últimos campeonatos. Deixou de lado o marasmo e colocou em campo a disposição. E assim deixou claro logo nos primeiros minutos que poderia vencer o 'abalado' Cruzeiro dentro do Mineirão.

Com uma marcação muita bem postada, começando com os homens de frente Everton e Finazzi, o Timão começou a criar as melhores jogadas de gol. O camisa '10' William, com muita velocidade, funcionou praticamente como um 'maestro' quando o alvinegro do Parque São Jorge estava com a bola nos pés.

Juntando tudo isso, o Corinthians acabou por abrir o placar logo aos dez minutos. Após o 'trombador' Finazzi ganhar de dois marcadores na linha de fundo, pelo lado esquerdo, ele cruzou a bola rasteira e o jovem Everton se antecipou à marcação para marcar o seu primeiro com a camisa do Timão. Everton teve passagens por São Bernardo e Santo André, mas ganho 'fama' após excelente participação no último Paulista com a camisa do Bragantino.

A vantagem, no entanto, não tirou a concentração do Corinthians e nem mudou a postura dos jogadores dentro de campo. No entanto, o Cruzeiro, atrás no placar, acabou por se lançar ao ataque, acuando ligeiramente o time paulista – que acabou, inteligentemente, se posicionando para tomar a bola e buscar os contra-ataques. A Raposa até conseguiu balançar a rede com o centroavante Nenê, mas ao arrematar para o gol do goleiro Felipe, ele cometeu falta e o tento foi anulado.

O Corinthians até que conseguia tomar com facilidade a bola da Raposa e sair para o ataque – muito pelo posicionamento em campo dos jogadores determinado pelo técnico Paulo César Carpegiani. No entanto, o toque final – aquele para deixar o jogador cara-a-cara com o goleiro Lauro, do Cruzeiro -, não saía com a qualidade.

2º Tempo – No segundo tempo, o técnico Dorival Júnior, vice-campeão Paulista com o São Caetano, promoveu algumas alterações no seu time para alcançar o empate logo nos primeiros minutos e depois, com a ajuda da 'insatisfeita' torcida, buscar a vitória. Mas tudo foi por água abaixo com menos de 20 'segundos' do segundo tempo.

Em uma bobeada monstro, o zagueiro Léo Furtado, ao tentar sair jogando dentro da grande área, deu um toque mais forte do que podia. Everton, ligeiro e muito esperto, conseguiu roubar a bola. Mas quando partia para o gol, ele foi derrubado pelo mesmo Léo Furtado. O juiz marcou pênalti – convertido com um chute violento do volante Marcelo Mattos.

O jogo então voltou a ser o que foi nos 45 minutos iniciais. O Cruzeiro partia de forma desordenada para o ataque e o Corinthians se fechava no seu campo de defesa à espera do contra-ataque – que chegaram a aparecer com certa freqüência, mas não foram aproveitados pelo trio 'William/Everton/Finazzi'.

No entanto, se o 'trio' não aparece, o Corinthians, hoje, tem outros jogadores que podem ajudar a definir a partida a seu favor. E desta vez, o responsável por esse papel foi o volante Marcelo Oliveira, que disputou o Campeonato Paulista pelo Paulista e foi chamado de volta a pedido de Carpegiani, se aventurou como um legítimo 'ponta esquerda' e, ao driblar o 'afobado' zagueiro Gladstone, acabou derrubado dentro da área. Mais uma vez, Marcelo Mattos foi para a cobrança da penalidade e colocou a bola no fundo da rede.

Apesar de composto por jogadores muito jovens – com exceção de Finazzi, que tem mais de 30 anos -, o Corinthians passou a jogar como time de 'masters': tocando a bola, colocando os jogadores adversários na 'roda' e descendo apenas com segurança ao ataque – sem se resguardar da defesa. O Cruzeiro, desesperado, ainda criou alguns lances de perigo, que acabaram nas boas defesas de Felipe – outro jogador que juntamente com Everton e o zagueiro Zelão estava no Bragantino.