O secretário de Governo de São Bernardo, José Albino (PT), tentou, mas não conseguiu fazer a articulação entre o Executivo e o Legislativo. A relação entre os dois poderes da maior cidade do Grande ABC foi marcada por confusões, troca de acusações e chegou ao ápice quando vereadores situacionistas e oposicionistas trocaram empurrões.

Seja pelo endurecimento da bancada de oposição, formada por parlamentares do PSB, PSDB e PMDB, seja pela falta de habilidade na condução das tratativas, o fato é que Albino deixou a desejar na função de articulador.

A análise é feita pelos próprios vereadores, inclusive pelo presidente da Casa, Otávio Manente (PPS), o qual buscou o entendimento no conturbado ambiente do Legislativo são-bernardense.

Por diversas vezes o popular-socialista reuniu os vereadores com o objetivo de amenizar os conflitos na Casa. As tentativas, porém, resultaram apenas num cessar-fogo de troca de ofensas pessoais. As divergências políticas, no entanto, continuam afloradas, o que leva a Câmara a apresentar letargia.

Otávio Manente classificou como "complicado" o desempenho de José Albino como articulador do governo do prefeito Luiz Marinho (PT). "Ele, na verdade, nunca fez esse papel, nunca transitou por esse meio e isso tem gerado dificuldades. Por isso, nós interviemos, para evitar maiores problemas."

O líder do Legislativo refere-se à formação de José Albino, que, apesar de estar há tempos na política, não havia exercido cargo no Executivo. O secretário foi metalúrgico, é formado em Gestão Ambiental e recentemente presidiu o PT de São Bernardo. A atuação de Albino à frente de negociações políticas do Executivo gerou nos bastidores especulação de que seria substituído. Mas a informação ventilada nunca se confirmou.

Manente vislumbra melhorias na segunda metade do ano no que diz respeito à relação entre os vereadores e da Câmara com o Executivo. E ressalta que a aprovação da LDO (Leio de Diretrizes Orçamentárias) na quarta-feira pode ser "o divisor de águas" para um novo modelo de comportamento dos parlamentares.

"Achamos que a conversa apenas entre os membros do Parlamento tem sido melhor, mais promissora. Com isso, conseguimos avanços e certamente o segundo semestre será melhor", avalia o presidente da Casa. (Colaborou Paula Cabrera)