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População é contra radares móveis
Renan Cacioli
Do Diário do Grande ABC
25/08/2005 | 08:49
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Se dependesse da população de Diadema, o projeto de lei do vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), que propõe o fim dos radares móveis no município, já teria sido aprovado há muito tempo. O consenso entre os moradores da cidade é que, além de não educar o motorista, os radares móveis servem apenas para enriquecer uma suposta “indústria da multa”.

“Eu não acho todo radar errado, o que é errado é quando tentam esconder as máquinas e enganar a gente que está no trânsito”, critica o encarregado Carlos Raimundo Costa, 34 anos. Ele só é favor do radar fixo: “Porque você já tem consciência de que ele está lá”. “O móvel eu não confio.”

Para o camelô Geraldo Dantas Brito, 49, que já foi multado três vezes na cidade em diferentes locais, “os radares móveis não resolvem nada, a única coisa que resolvem é a arrecadação das multas.”

Mas se nas ruas a idéia de Maninho está aprovada, o mesmo não acontece no Legislativo da cidade. O projeto, que seria votado hoje na sessão da Câmara Municipal, sofreu um revés na terça-feira, quando a Comissão de Justiça e Redação da Casa emitiu parecer pela inconstitucionalidade da proposta, por ter sido elaborada por um parlamentar. Somente o Executivo, segundo entendimento da comissão, tem poder para pedir pela retirada de radares móveis na cidade, assumindo o conseqüente reflexo na arrecadação do município. Em razão disso, hoje será votado somente o parecer da comissão e não o projeto.

Para não confundir – Existem três tipos de radares: o fixo, normalmente preso a algum poste, o móvel (que na verdade é conhecido como estático), aquele que parece uma máquina fotográfica antiga e fica em um local por um determinado período de tempo, e o portátil, geralmente utilizado pelos guardas de trânsito. O projeto do vereador Maninho é para acabar com o radar móvel.

A proposta, porém, também sofre críticas do secretário de Transportes de Diadema, José Francisco Alves. Para ele, a queda no número de acidentes com vítimas fatais nos últimos anos é a maior defesa para a permanência dos equipamentos. Em 2000, foram 35 vítimas. Este ano foram registradas três mortes no trânsito, até julho. Em contrapartida, a população parece estar mais preocupada com as despesas das infrações. “Ele (o radar móvel) não educa nada, só gera uma empresa de multas”, afirmou o aposentado Gerson Honório da Silva.




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