O filme, completamemte rodado em Medellín, a segunda cidade colombiana, por uma equipe de técnicos e atores colombianos, foi escolhido por seu conteúdo, que convida "à solidaridade humana e ao compromisso social".

Segundo o cineasta francês Barbet Schroeder, autor do filme, a "Colômbia é uma democracia onde trabalhei com total liberdade. Passei nove meses em Medellín, dediquei muito tempo à seleçao de jovens com talento e belos para o papel de sicários. Tínhamos que filmar ao ar livre, de forma veloz, quase como se fosse um documentário", afirmou o cineasta, que espera um prêmio em Veneza.

Filmado em 40 dias em Medellín, o primeiro filme da história do cinema rodado com uma câmara digital de alta definiçao, com quase 99% das tomadas em ambientes externos, e que compete em Veneza pelo Leao de Ouro, foi um desafio nao só ao nível tecnológico mas também de segurança. "A maior dificuldade foi a segurança para a equipe que custava US$ 300 mil", admitiu o cineasta.

Com o prêmio de melhor roteiro, o filme italiano Cento passi (Cem passos) de Marco Tullio Giordana, o júri da 57ª Mostra de Cinema de Veneza prestou homenagem a Peppino Impastato, mártir da luta contra a máfia.

Com Cento passi, o cineasta, autor de um longa-metragem sobre o assassinato de Pier Paolo Pasolini, regressa ao cinema político de antes, inspirando-se em filmes que marcaram época, como os de Francesco Rosi.

Peppino, protagonizado por Luigi Lo Cascio, vivia a "cento passi" do cruel chefao da máfia Don Tano Badalamenti, na pequena cidade siciliana de Cinisi, onde foi assassinado em maio de 1978, aos 30 anos, por ter-se rebelado contra a rígida regra do silêncio imposta pela Cosa Nostra.