"Cada Copa é um marco", sentencia o ilustrador Odilon Moraes. Para ele, o Mundial é tão rico para o imaginário que as pessoas sempre se situam no tempo com a pergunta "Onde eu estava naquela Copa?".

De tanto o pensamento vaguear por esse tema, Odilon ‘ganhou' uma história. "A cena veio toda na minha cabeça", diz. E ele fez o livro "O Presente" (Cosac Naify, 48 págs., R$ 35), que tem sessão de autógrafos hoje, às 15h, na Saraiva Megastore Higienólis (Av. Higienópolis, 618. Tel.: 3662-3060), em São Paulo. Na ocasião, haverá também oficina de ilustrações.

"O Presente" é um livro-imagem; não tem uma só linha de texto. "A história surgiu num silêncio profundo, não veio uma palavra. Se não veio, por que colocar?", explica o autor.

Realmente não precisa. A obra, singela, mostra um menino que ganha camisa da Seleção para torcer pelo Brasil. Familiares e vizinhos se reúnem em frente à televisão, dividem pipoca e alegria. Mas, no jogo, se ganha ou se perde.

O traço simples e as poucas cores - são as camisas e bandeiras do País são coloridas - dão ainda mais força à história. Como o próprio Odilon observa, a ilustração é uma escrita, aliás é a origem da comunicação, com as pinturas rupestres na Pré-história. "Este é um livro escrito, só que com desenhos", afirma.

A obra é simples, mas não simplória. Pelo contrário, a excelente impressão gráfica permite que o leitor perceba o trajeto do lápis e as nuances da aquarela. Parece até um livro artesanal, desenhado e colorido uma a uma, manualmente. Este é o primeiro livro-imagem de Odilon, que também assina "A Princesinha Medrosa" (2009) e "Pedro e Lua" (2004).