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Bala que matou jovem é de arma de GCM de São Caetano
Guilherme Russo
Do Diário do Grande ABC
10/09/2009 | 07:00
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O tiro que matou a estudante Ana Cristina de Macedo, 17 anos partiu do revólver calibre 38 do guarda-civil municipal Vicente Pereira Passos, de São Caetano, segundo laudo conclusivo emitido pelo IC (Instituto de Criminalística). No dia 31, a garota foi atingida pelo disparo, na favela de Heliópolis, na Zona Sul da Capital, no fim de uma perseguição a um carro roubado em São Caetano.

O delegado Gilmar Contrera, titular do 95º DP, que investiga o caso, deve agora indiciar Vicente Pereira Passos por homicídio culposo (sem intenção de matar). Junto com os guardas-civis Luziel Pereira da Costa e Edson Damião Estevam, que também atiraram dentro da favela, Passos foi afastado por 30 dias do serviço pela GCM de São Caetano.

A Prefeitura de São Caetano informou na quarta-feira que abriu processo administrativo contra Passos, que poderá ser suspenso ou até expulso da corporação. Se for condenado por homicídio culposo, o guarda-civil poderá ser condenado a até três anos de detenção.

Porém, segundo o Código Penal "se o crime resulta de inobservância da regra técnica da profissão", a pena pode ser aumentada em até um terço da condenação máxima.

A Prefeitura comunicou ainda que os outros dois guardas-civis envolvidos diretamente na perseguição cumprirão o afastamento já determinado anteriormente até o final.

"Eu tinha certeza absoluta que (a bala que matou Ana Cristina) tinha saído da GCM. Ninguém mais atirou! Todo mundo viu! Eram só eles (os guardas-civis) que saíram atirando, dando uma de Rambo no meio da favela. Ele (Passos) assassinou minha filha. É um monstro", disse, muito consternada, Francisca Vera Lúcia de Macedo, 42, mãe de Ana Cristina. "Ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém."

Vera disse ao Diário que pretende processar a GCM de São Caetano por causa da morte de sua filha. "A família quer justiça. Queremos vê-lo atrás das grades."

Lembrando-se de Ana Cristina, Vera contou que o maior sonho dela era formar-se em Direito para virar juíza. "Era pra isso que ela estava estudando." A adolescente deixou uma filha que completa dois anos neste mês.




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