O impasse nas negociações entre Volkswagen e sindicatos dos metalúrgicos voltou a predominar nesta terça-feira nas negociações sobre o pagamento da PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) deste ano para os funcionários da montadora. As conversações englobam três fábricas da empresa - São Bernardo, Taubaté e São Carlos.

Até as 23h, uma reunião de negociação entre representantes do sindicato e da empresa ainda não havia produzido avanços. O impasse ainda estava no valor do benefício. A companhia mantinha a proposta de até R$ 4,4 mil de participação. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (filiado à CUT) quer R$ 5,5 mil de abono.

As conversações se estendiam por mais de nove horas. A reunião começou às 14h. Além de metalúrgicos do Grande ABC, também participavam sindicatos de Taubaté e São Carlos, também vinculados à CUT.

Num dos intervalos, o coordenador da Comissão de Fábrica da Volkswagen de São Bernardo, Valdir Freire Dias, o Chalita, disse que as negociações estavam "muito difíceis" e não tinham horário para terminar. No entanto, ele evitou entrar em detalhes. "É para não atrapalhar o andamento da conversa."

A longa duração das negociações mostra a tentativa do sindicato de fechar a qualquer custo um acordo sobre PLR para evitar novas paralisações na fábrica. Em São Bernardo, a última parada ocorreu na sexta-feira passada e envolveu todos os funcionários da produção. Deixaram de ser produzidos 950 veículos. A Volkswagen é a única montadora no Grande ABC que ainda não fechou acordo sobre PLR.

Reajuste - A Volkswagen anunciou nesta terça-feira um reajuste médio de 1,5% em toda sua linha de veículos de passeio e comerciais leves. O repasse passa a vigorar a partir do próximo sábado. A montadora não revelou os motivos da medida.

Além da Volkswagen, também anunciaram um aumento de preço a Ford e a General Motors. Como justificativa, as duas montadoras informaram da necessidade da medida em razão do aumento dos insumos e do reajuste referente à campanha salarial.