Esportes Titulo Violência
Polícia planeja monitorar torcidas
Do Diário do Grande ABC
29/03/2012 | 07:04
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As polícias Civil e Militar e o Ministério Público estudam mapear as torcidas organizadas dos times de São Paulo para evitar novos confrontos. O objetivo é desenvolver mecanismos que permitam monitorar a movimentação dos grupos em tempo real.

Segundo o diretor do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), Jorge Carlos Carrasco, hoje existem bandidos infiltrados nestas organizações com o intuito de promover brigas e crimes.

O responsável disse, no entanto, que não pode divulgar como o mapeamento funcionaria para não atrapalhar o trabalho da polícia.

No domingo, integrantes da Mancha Alviverde e da Gaviões da Fiel se enfrentaram em uma rua da Zona Norte de São Paulo e duas pessoas morreram.

Segundo a delegada do Decradi, Margareth Barreto, as brigas entre torcidas diminuíram nos estádios, mas migraram para locais distantes. "Estas pessoas armam conflitos longe do raio do estádio para não serem autuados pelo Estatuto do Torcedor. Eles não vão aos jogos, mas saem para brigar."

Na terça-feira, a delegada informou que a maioria dos presos suspeitos de participar da briga já tinha passagem pela polícia por crimes da mesma natureza. Entre os detidos estava Tiago Lezo, irmão de André Alves Lezo, palmeirense morto com um tiro na cabeça. Outro torcedor do Verdão, Vinicius Jovanelli Moreira, teve morte encefálica.

A polícia busca suspeitos foragidos para cumprir outros mandados de prisão, já expedidos pela Justiça. Alguns deles teriam se refugiado no Rio de Janeiro.

As autoridades apreenderam na madrugada de ontem computadores da sede da Macha Alviverde e da Gaviões da Fiel. O objetivo é verificar o envio de mensagens combinando conflitos pelo Twitter e Facebook.

O diretor do DHPP ainda disse que R$ 150 mil em dinheiro foram encontrados pelos policiais na sede da Gaviões. O valor ficará depositado em juízo até que sua origem seja descoberta.

Ainda segundo Carrasco, confrontos entre as torcidas já estavam programados para reagirem às duas mortes. O crime teria sido retaliação ao assassinato do corintiano Douglas Karin Silva, em 2011.

Mancha crê que rival premeditou briga

O presidente da Mancha Alviverde, Marcos Ferreira, acredita que a Gaviões da Fiel articulou a operação para atacar torcedores palmeirenses na Avenida Inajar de Souza, domingo. A diretoria da Mancha recebeu informações de que a torcida corintiana teria alugado um galpão próximo onde ocorreu a briga.

A Gaviões, disse, também teria alugado ônibus para que os integrantes fossem levados ao galpão, armados com barras de ferros, armas de fogos e outros objetos, onde teriam passado a noite. "A gente vai conversando com pessoas próximas e vai descobrindo coisas. Ouvimos que eles alugaram galpão para juntar os torcedores e armar a emboscada. Só que quem vai investigar se isso aconteceu mesmo é a polícia", afirmou Ferreira.

Indagado sobre a suposta estratégia de ataque da Gaviões, o diretor do DHPP, Jorge Carlos Carrasco, evitou comentar. "Isso vai ser investigado".

Seis torcedores ficarão presos por 30 dias. Cinco deles são da Mancha e um da Gaviões da Fiel. Alguns deles, segundo a polícia, têm antecedentes criminais.




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