O reajuste médio da taxa na cidade foi de 62,3% – de acordo com dados da Prefeitura –, mas em alguns bairros teve picos de até 300%. A elevação dos valores se deu devido à aprovação pela Câmara Municipal, no fim de 2002, de duas leis: sobre a nova Planta Genérica de Valores do município e o fim do teto no sistema de IPTU progressivo.
O impacto, no entanto, só começou a ser sentido agora, à medida em que os carnês com os novos valores começaram a chegar às residência. Nesta quarta, moradores procuraram o departamento da Prefeitura que cuida do IPTU, no 3º subsolo do Paço, para contestar os valores recebidos. Os atendentes tiveram de distribuir senhas.
A Prefeitura informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não tinha o número total de atendimentos realizados até o fim da tarde. A última senha computada pela reportagem do Diário nas mãos de um morador era acima de 150.
“No ano passado não tivemos movimento nenhum, mas este ano a procura tem sido grande. Tentamos explicar às pessoas que o principal motivo é a alteração na legislação”, disse o gerente de tributos da Prefeitura, Edgar Osvaldo Frischientti, um dos responsáveis pelo atendimento.
As explicações, entretanto, não foram suficientes para várias das pessoas. A analista de sistemas Regiane Novaes, 29 anos, deixou a Prefeitura dizendo que foi “roubada” com o reajuste. Ela tem um imóvel na Vila Helena cuja taxa passou de R$ 113 para R$ 492.
Pior ainda era a situação do técnico financeiro Jonas Leite Bezerra. O valor do IPTU do estacionamento onde trabalha, no bairro Jardim, saltou de R$ 826 para R$ 2.143. “Não sabemos o que vamos fazer para pagar esse valor”, disse.
Nesta quinta, um grupo de moradores que conta com o apoio de políticos da oposição ao governo municipal deve realizar um protesto em frente à Câmara Municipal. A Acisa também estuda a possibilidade de entrar com uma ação civil pública contra o aumento.
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