Israel celebra nesta terça-feira a festa dos Tabernáculos, "Sucot", enquanto novos atos de violência se registravam em Ramalah, Cisjordânia, onde oito manifestantes palestinos foram feridos por balas de borracha e granadas de gás lacrimogêneo. Cerca de 2 mil manifestantes se concentraram em Ramalah, gritando slogans hostis à manutenção do bloqueio da cidade por parte do exército israelense.

Os manifestantes, habitantes de Ramalah e estudantes da vizinha universidade palestina de Bir Zeit, se dirigiram para um posto de controle rodoviário do exército israelense, estabelecido no acesso sul da cidade. Atacados a pedradas, os soldados israelenses tentaram dispersar os manifestantes.

O secretário de Estado norte-americano Colin Powell telefonou na noite desta segunda-feira para o ministro israelense de Defesa, Binyamin Ben Eliezer, para transmitir-lhe sua preocupação ante o agravamento da situação, segundo a rádio israelense.

O ministro ordenou a "aplicação das normas de tiro evitando os civis" e minimizar o bloqueio dos territórios palestinos depois dos últimos encontros entre israelenses e palestinos sobre segurança, segundo um comunicado divulgado por sua assessoria nesta segunda.

Nesse sentido, a rádio indicou que o exército havia retirado seus tanques das posições ocupadas há três meses em Nablus, Kalkilya e Ramallah, na Cisjordânia. Os palestinos acusaram contudo Israel de não respeitar seus compromissos, mantendo um rigoroso bloqueio de suas cidades, o que torna a vida cotidiana muito penosa.

A festa dos Tabernáculos proporcionou de fato um dia suplementar ao prazo marcado pelo presidente palestino Yasser Arafat para aplicar a trégua que deveria encerrar um ano de violências. Os palestinos dispararam durante a madrugada três obuses de morteiro que não causaram feridos perto do terminal de Erez, entre a Faixa de Gaza e Israel.

Os militares israelenses sofreram nos territórios ocupados vários ataques com granadas e armas automáticas, que também não causaram feridos.

Segundo informações esta terça-feira do Washington Post e do New York Times, os Estados Unidos se dispunham a anunciar uma iniciativa maior em favor da paz no Oriente Médio, incluindo em especial um apoio norte-americano a um Estado palestino.