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Holanda só poderá vender fungos alucinógenos frescos
da AFP
06/11/2002 | 11:56
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As lojas holandesas que vendem fungos alucinógenos, as ‘smartshops’, serão obrigadas agora a vender seus produtos frescos: é que as variedades secas agora são ilegais por determinação da Corte de Cassação da Holanda.

"A venda de variedades de fungos alucinógenos secos ou transformados, principalmente em doces, se enquadra na lei sobre o ópio, e por isso passa a ser proibida", decretou nesta terça-feira a justiça holandesa.

Desta forma, um fungo alucinógeno fresco não é considerado uma droga, só quando fica seco. A decisão não deixa de ser surpreendente, já que as variedades frescas têm fama de causar o mesmo efeito que as secas.

"Com esta decisão, deveremos fazer nossos espaços de congelamento maiores", declarou Hans van der Hurk, que possui uma smartshop em Amsterdam chamada Conscious dreams (sonhos conscientes).

As smartshops surgiram no começo dos anos 90, e rapidamente tomaram todas as grandes cidades holandesas. Hoje, a quantidade desse tipo de loja deve ser de aproximadamente 150 em todo o país, de acordo com o pesquisador do Instituto Trimbos, Harold Wychgel.

Nessas lojas, que não devem ser confundidas com as lendárias (e também legalizadas) ‘coffee shops’, especializadas na venda de maconha, os clientes podem encontrar diferentes tipos de fungos: alucinógenos, afrodisíacos, etc.

Por exemplo, a ‘Kosmic Kitchen’ (cozinha cósmica), em Enschede, propõe um "fungo para uma viagem misteriosa com efeitos visuais e ataques de riso", ao valor de 12 dólares o pacote de dois gramas.

O Copelandia Cyanescens, mais conhecido pelo nome de fungo havaiano, é "um alucinógeno muito forte", vendido a 14 dólares o grama na Kosmic Kitchen.

A medida da Corte de Cassação vai forçar as smartshops a vender os produtos em estado fresco. Caso contrário, correm o risco de ser processadas na justiça. "Isso deve levar ao desaparecimento de certas variedades de fungos, mas não vai mudar completamente nosso negócio", estimou Van der Hurk.

De qualquer forma, alguns proprietários de smartshops iniciariam ações legais na Corte Européia de Justiça e eventualmente nas Nações Unidas contra esta determinação que os afeta.

O ministério da Saúde indicou que vai analisar a determinação da Corte de Cassação com um grupo de juristas para chegar a uma conclusão sobre o assunto.

Uma pesquisa feita por esse ministério há quatro anos descobriu que os fungos alucinógenos vendidos nas smartshops "não apresentavam risco para a saúde pública", disse um porta-voz do ministério.

Além disso, disse o porta-voz, a decisão da corte parece não afetar no momento os consumidores, que secarão os fungos alucinógenos em suas próprias casas, após comprá-los frescos nas lojas.




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