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Desafios da internação compulsória
Do Diário do Grande ABC
18/06/2017 | 08:58
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Artigo

O direito de consumir drogas até a morte dentro de sua casa não se espelha na rua, à frente de todos. Ainda mais quando psiquiatras e conhecedores do tema têm plena ciência da profunda perda de autocontrole que o ser humano atinge nas condições de consumo ininterrupto de drogas. Por isso, é preciso esclarecer os cinco desafios que os envolvidos no tratamento e internações compulsórias têm para obtenção de sucesso.

Primeiro, tempo para mínima desintoxicação orgânica. A ciência tem demonstrado que as grandes mudanças e efeitos no cérebro humano ocorreriam em cerca de três meses de abstinência e isso certamente envolve consequências claras da vontade do indivíduo sobre si. A partir de recursos para cuidar dos efeitos decorrentes da ausência da droga, esse período é essencial para o paciente recuperar o mínimo domínio da cognição para saber quem já foi, quem é agora e que pode escolher como será seu futuro.

Segundo, acesso contínuo a terapias que permitam mínima reordenação social. Ninguém para de usar drogas pelos problemas decorrentes do vício, mas sim por acreditar que a vida será certamente melhor sem o consumo de drogas ou álcool. A questão está ligada diretamente aos valores que permitem ao dependente químico enxergar vida mais satisfatória.

Terceiro, ter-se consciência de que a compulsão que faz alguém tornar-se adicto a drogas está longe de tragédias pessoais. Está colado em realidade comprovada por experiências clínicas: o consumo de drogas é o encontro com o prazer imediato, a busca por estado de euforia sem fim.

Quarto, os pacientes podem sofrer recaídas em período dos próximos seis meses a partir do momento em que tiveram a proposta de parar o consumo de substâncias químicas. Não serão todos que terão recaídas, mas a probabilidade daqueles que recaem já nos seis primeiros meses é de 75%.

Quinto, o recuperado do vício precisa tornar-se vigilante de si. Ter acesso a tratamento psicológico capaz de lhe mostrar a importância de se afastar do ambiente que lhe encaminhou ao vício. Muitas vezes isso significa se afastar de coisas que vão além das ruas. Compreende estar a distância dos amigos e, às vezes, da própria família.

Independentemente do tamanho do desafio e de sua intensidade, o tempo, condição mais importante no tratamento da dependência química, é necessário. É preciso de tempo para realizar transformações e de imprescindível apoio dos integrantes da família, da sociedade e dos meios de Saúde para trazer essas pessoas engajadas em sair do vício em substâncias químicas.

Cirilo Tissot é médico psiquiatra especialista em dependência química e diretor técnico da Clínica Greenwood.

Palavra do leitor

Interrogação
O que fez até agora o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC? Na qualidade de cidadão, residente no Grande ABC e atento aos projetos dessa instituição, gostaria que a executiva do Consórcio divulgasse as realizações deste primeiro semestre.
Marcel Rodrigues Martins
Santo André

Pensamento
Ao ver notícias em todos os meios de comunicação sobre a conduta do STF (Supremo Tribunal Federal), deparo-me com a frase dita por um pensador, talvez não tão popular (José Márcio Castro Alves), mas que reflete perfeitamente nos dias atuais de nossa política: ‘Países cujas constituições permitem que os políticos nomeiem os juízes dessa mesma Corte são pocilgas, hospícios legalizados em forma de nações’. Infelizmente é isso que nosso povo está vivendo.
Sérgio Antônio Ambrósio
Mauá

Sinal dos tempos
Marta Suplicy rejeita Ministério da Cultura (Política, ontem). Luiz Inácio Lula da Silva há três anos não dá sequer uma palestra remunerada, só depoimentos para o juiz Sérgio Moro. Michael Temer já pensa em renunciar.
Claudio Juchem
Capital

Tião brasileiro
Fui à rodoviária de São Paulo buscar uma amiga. Fiquei sentado observando a movimentação dos viajantes. De repente, senhor bem velhinho sentou-se ao meu lado e puxou ótima prosa. O seu nome? Sebastião Silva, ou simplesmente Tiãozinho para os amigos. Cidadão brasileiro, mãos calejadas, olhar profundo de humildade e sabedoria. Moço, tenho 88 anos, sou analfabeto, jamais entrei em uma escola. Nasci e criei-me no campo. Nunca conheci meus verdadeiros pais. Já enfrentei grandes dificuldades. Muitas pessoas fizeram-me sofrer, quase morri de tristeza. Deus, poderoso, não me deixou perder as esperanças, segui em frente! Mas não consigo entender pessoas letradas e bem informadas acreditando nos políticos que estão aí. Principalmente esses que estão com o nome sujo. Penso que o nosso povo está ficando pior que os políticos. O que será do nosso Brasil! Tiãozinho deixou saudades e uma lição fenomenal para todos vocês que continuam apoiando ídolos de barro da classe política.
José Machado
São Bernardo

Servidor?
Agente de departamento que cuida do trânsito em Santo André é flagrado bêbado, inclusive causando acidentes e ferido (Setecidades, ontem). Aos cuidados de quem nós estamos!
Elaide Pereira
Rio Grande da Serra

Joesley x Temer – 1
oesley Batista, da JBS, confirma ao vivo e a cores tudo e mais um pouco aquilo que declarou na sua delação premiada. Uma coisa ninguém pode negar, esse camarada é muito corajoso, posto que está se metendo com gente muitíssimo poderosa. A propósito, do que mais necessita a Justiça para ‘enquadrar’ o senhor Michel Temer? Pano rápido!
Luís Fernando Amaral
Laguna (SC)

Joesley x Temer – 2
Joesley Batista esqueceu de contar quais as vantagens que obtinha em troca da enorme quantidade que entregava a um ‘pidão’ Temer que, por sinal – que interessante! –, resolveu fechar as torneiras do BNDES não só para ele como para muitos empresários poderosos. Essa Maria Silvia foi mesmo muito má quando presidente do banco e Temer, muito ingrato por permitir que esses senhores, acostumados a tanta generosidade nos tempos de Lula e Dilma, deixassem de ter suas vorazes boquinhas satisfeitas. Ô dó!
Eliana França Leme
Capital 




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