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Bem-vindos à era da agricultura digital

A velha agricultura, do arado puxado a boi ou cavalo, deu lugar à mecanização. Agora, além dos tratores

Wilson Marini
15/06/2017 | 07:19
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A velha agricultura, do arado puxado a boi ou cavalo, deu lugar à mecanização. Agora, além dos tratores e máquinas colheitadeiras, o campo se sofistica com o uso de tecnologias de precisão como o GPS e controles de automação para plantio, irrigação, fertilização, colheita e escoamento da safra. Todas as etapas podem ser monitoradas e os indicadores ajudam a melhorar a produtividade e a sustentabilidade. A expressão agricultura digital tornou-se recorrente no mundo corporativo agronegócio. Conceitos como internet das coisas se tornaram presentes nas grandes empresas e entre produtores rurais. Refletindo essa tendência, a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e a empresa de tecnologia norte-americana IBM acabam de anunciar que vão apoiar projetos de pesquisadores de instituições de Ensino Superior ou de institutos de pesquisa do Estado de São Paulo que gerem conhecimento em agricultura digital.

Projetos
De acordo com a Agência Fapesp, a aplicação de TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) na agricultura abrange sistemas analíticos aplicados a processos agrícolas e sistemas de agricultura de precisão de monitoramento e de previsões meteorológica e climática, por exemplo. Também serão apoiadas pesquisas relacionadas a automação de equipamentos, robótica agrícola (incluindo drones e veículos autônomos agrícolas), processamento de imagens (abrangendo dados por satélite e em campo), sistemas eletrônicos de monitoramento de gado e detecção, processamento e análise de dados do solo e da água, além de sistemas de realidade aumentada e virtual aplicados à agricultura. Serão destinados até US$ 250 mil para os projetos selecionados, com duração de até dois anos para os estudos.

IBM
Ao todo, a IBM investe por ano US$ 6 bilhões no mundo em pesquisa e desenvolvimento. São 3.000 pesquisadores em 12 laboratórios de pesquisa nos seis continentes. No Brasil, onde instalou laboratório de pesquisa em 2011, trabalham cerca de 130 pesquisadores em áreas voltadas a aplicações, principalmente no gerenciamento de recursos naturais, como óleo e gás e agricultura, além de nanotecnologia aplicada à Saúde.

No Grande ABC
A parceria das duas instituições está funcionando desde março, em outras áreas. Um dos projetos selecionados é o do pesquisador Ivandro Sanches, professor do Departamento de Engenharia Elétrica da FEI, de São Bernardo. Os pesquisadores da instituição do Grande ABC pretendem desenvolver tecnologia que permita que os sistemas de atendimento eletrônicos, como de internet banking, avaliem automaticamente a faixa etária do usuário pelo processamento do sinal de voz e possam interagir de forma diferente conforme o caso. Hoje as máquinas interagem com as pessoas de forma padronizada, independentemente da idade do usuário. “Sistema como esse permitiria que esses sistemas de atendimento eletrônicos reconhecessem quando estão interagindo com pessoa idosa, por exemplo, prestando assistência de outra forma. Ou que identificasse se a criança está usando aplicativo impróprio para sua idade”, diz Sanches.

Frase
“Temos aqui no Estado de São Paulo uma quantidade grande de pesquisadores capazes de contribuir para os objetivos da IBM que são muito similares aos da Fapesp: aumentar muito o grau de ousadia e o impacto mundial das pesquisas que financia” – José Goldemberg, presidente da Fapesp.

Trabalho infantil
Nos últimos cinco anos houve redução de 36% no número de crianças que trabalham no Estado de São Paulo. De 2011 a 2015, o número passou de 152.067 para 96.674. Os dados foram divulgados dia 12 em encontro na Assembleia Legislativa que discutiu ações de prevenção e de mobilização dos municípios no combate às formas de trabalho infantil. O evento reuniu agentes municipais de assistência e de desenvolvimento social. Segundo a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social, no Interior os casos ocorrem especialmente nas beiras de estradas, onde há exploração sexual de crianças e adolescentes e trabalho análogo ao escravo. Crianças, muitas vezes, trabalham em festas, em troca de algum tipo de benefício como comida. Ações são desenvolvidas em todas as cidades do Estado, inclusive em festas temáticas, como a Festa do Peão de Boiadeiro, em Barretos. 




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