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Diadema confirma morte por meningite

Felipe Miguel Marques, 3 anos, estudava na creche Eva Maria dos Santos, no Jd.Campanário

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
15/06/2017 | 07:07
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Claudinei Plaza/DGABC


A Prefeitura de Diadema confirmou, ontem, a primeira morte por meningite bacteriana na cidade neste ano. A vítima é uma criança de 3 anos, que estudava na creche Eva Maria dos Santos, no Jardim Campanário, e morreu no dia 7.

Felipe Miguel Marques Inacio frequentou a unidade de ensino normalmente até um dia antes do óbito. Conforme a mãe, a promotora de vendas Daiane da Silva Marques, 29, a criança começou a sentir fortes dores no corpo e na cabeça, além de febre muito alta na noite do dia 6. “Primeiro fui no atendimento na UBS (Unidade Básica de Saúde) daqui. Eles já suspeitaram que fosse meningite e disseram que chamariam ambulância (o paciente seria encaminhado para o Quarteirão da Saúde). Eu decidi levar para o Hospital Inova, do meu convênio”, disse.

Daiane é divorciada e tem uma filha recém-nascida, com 1 mês de vida. “É o que me dá forças para seguir em frente”, destaca, ainda abalada. Ela e a bebê precisaram passar por atendimento médico e fazer uso de antibióticos, no entanto, não foi detectada possibilidade de meningite.

Conforme a Prefeitura, na terça-feira outra criança da creche Eva Maria dos Santos foi internada, na Capital, com suspeita de meningite, mas a hipótese também foi descartada. A administração afirmou que adotou todas as medidas necessárias relacionadas ao caso. “A Vigilância Epidemiológica conversou com os familiares e a mãe da criança, instituindo a quimioprofilaxia, indicada para contatos domiciliares que tiveram convívio prolongado com a criança”, informou por nota.

As aulas foram suspensas na unidade de ensino no dia 8 para que todos pudessem acompanhar o sepultamento de Felipe e, no dia 9, foi realizada palestra com os pais, além de fornecido medicamento profilático para alunos da classe da criança. Ontem, equipe da Saúde retornou ao centro de ensino para esclarecer dúvidas.

Apesar de toda a orientação, Daiane afirmou que vem sofrendo com comentários preconceituosos de pais de alunos da unidade de ensino, que ainda hesitam em deixar os filhos retornarem às aulas por medo de contaminação. “As mães estão desesperadas. Acham que a doença é transmitida por um toque no rosto. Apesar de ser uma das piores meningites existentes, ela não é transmitida assim. Meu filho foi vítima.”

Conforme informações da própria Prefeitura, nem todos os tipos de meningite são transmitidos a partir do contato com o doente. Somente a meningite do tipo meningocócica – que não é o tipo que causou a morte de Felipe – tem essa característica, porém a partir de toque íntimo e prolongado.

NA REGIÃO
Em março, três casos de meningite foram confirmados na Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) Homero Thon, em Santo André. Duas crianças, entre 4 e 5 anos, contraíram a meningite viral e uma a bacteriana. Todos curados.

Conforme dados do Ministério da Saúde, disponibilizados pelo Datasus, de janeiro a abril foram notificados quatro óbitos por causa da doença no Grande ABC, sendo um em Santo André, um em São Bernardo e dois em São Caetano.
 




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