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Construção parada acumula água e vira 'piscinão'
Renato Neves
Especial para o Diário
26/01/2010 | 08:14
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Os moradores do bairro Olímpico, em São Caetano, convivem com mau cheiro e o medo da proliferação de focos de dengue em um terreno alagado na Rua Romão Belchior Schwarts. Um condomínio residencial está sendo construído no local, e as obras estão paradas desde o início do ano em razão das chuvas.

O engenheiro mecânico Anderson Migliatti, 33 anos, morador de um prédio vizinho, conta que os problemas pioram nos dias de calor. "Mudei para a região no fim do ano passado. Desde então convivo com um forte odor e muitos mosquitos na janela de casa", afirmou.

A água parada ocupa área de 1.250 metros quadrados e chega a um metro de profundidade. O volume corresponde ao da metade de uma piscina olímpica.

O empreiteiro da obra, Antonio Freire, 43, explicou que as fortes chuvas que atingem a região neste verão atrasam o andamento da construção.

"A fundação do prédio era para ter começado no dia 4. Se não parar de chover, não tem como secar o terreno".

Em visita ao local, a reportagem verificou que duas bombas de sucção retiravam água do terreno.

A área é cercada por tapumes de madeira, que impedem a visão dos moradores de casas térreas. "Sentia o cheiro ruim, mas não sabia que tinha tanta água parada na obra. O local fica fechado o tempo todo", disse o mecânico Rodrigo Latorre, 27.

A Prefeitura informou que agentes da administração estiveram no local e que o proprietário do terreno receberá uma notificação.

Semasa tenta esvaziar ‘lago' sem sucesso

Apesar de sofrer ações de drenagem do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) desde o início do mês, o nível de água que se acumula no local onde a construção de um prédio foi abandonada, na Vila Guiomar, não abaixa. Para afastar o risco de proliferação dos mosquitos da dengue, os moradores vizinhos da esquina entre as ruas Catequese e David Campista começaram a criar peixes no lago, para que os bichos comam as larvas do inseto.

O Semasa informou que a presença de uma mina d'água não está descartada para explicar porque o nível não abaixa. Segundo nota emitida pela empresa, a água retirada do local é usada "para atividades não nobres, como lavagem de ruas e manutenção de jardins".

A obra foi abandonada pela construtora Encol, que faliu, e desde o ano 2000 causa preocupação no bairro.

Para intervir no local, a Prefeitura teve que recorrer à Justiça, que emitiu uma ordem judicial para que o Semasa possa atuar no terreno. A nota informou ainda que, "futuramente (a empresa) tapará o buraco com entulho de construção civil".




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