O advogado ficou famoso por acaso em 16 de março do ano passado. Em meio ao avanço da Lava Jato, que chegava mais perto de Lula, Dilma ligou para o ex-presidente e informou que mandaria um termo de posse para nomeá-lo como ministro da Casa Civil. O papel, sugeriu, deveria ser usado "em caso de necessidade". Horas depois, a conversa foi divulgada pelo juiz Sérgio Moro em um episódio polêmico e que gerou forte reação popular. Messias surge no episódio graças à gripe de Dilma. Com a congestão nasal da presidente, "Bessias" era o responsável por levar o documento.
Um ano depois, já sob a presidência de Temer, Messias voltou ao governo federal. Uma portaria assinada em 8 de março de 2016 pelo procurador-geral da Fazenda, Fabrício Da Soller, nomeou o ex-subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil de Dilma como novo representante da União em empresas com capital do Tesouro Nacional.
Outros sete nomes foram nomeados junto com Messias - que é procurador da Fazenda. Entre as obrigações do grupo, está "a instrução de voto do Ministro de Estado da Fazenda representar a União nas assembleias gerais de acionistas".
Novas atribuições. Além da Casa da Moeda, Messias - agora apelidado de "Bê" entre os mais próximos - também representa o governo na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Embrapa, Telebrás, Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), entre outros lugares, segundo o Tesouro.
Pouco mais de um mês depois da nomeação, coube a "Bessias" representar o governo federal em uma assembleia geral extraordinária da Casa da Moeda. Em um prédio envidraçado em Brasília, o procurador, a pedido do governo, solicitou a retirada do item 2 da pauta. O trecho obrigaria a adequação da empresa à Lei das Estatais.
A sugestão de Messias foi acatada e a estatal fica temporariamente livre das regras mais rígidas para nomeações e licitações. A ata da reunião foi publicada ontem, no Diário Oficial da União. A manobra adiou a migração da Casa da Moeda às novas regras que, segundo o Planejamento, "impõem a nítida segregação de funções nas estatais". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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